SP vai contratar 20 mil pais de alunos para trabalhar em escolas estaduais

Programa vai pagar até R$ 500 por mês para quatro horas diárias

São Paulo

O governador João Dória (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (7) a contratação de 20 mil pais e mães de alunos da rede estadual de ensino para atuarem no retorno às aulas. A proposta é que cada um receba R$ 500 por até quatro horas de trabalho diárias.

"Estamos acompanhando o crescimento acelerado da pobreza, da miséria, da vulnerabilidade em São Paulo e no Brasil. Um governo responsável segue dando atenção à saúde e à vida, mas também pelo alimento e proteção social", disse o governador.

Alunos fazem fila para lavarem as mãos na escola estadual Estadual Thomaz Rodrigues Alckmin, no Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo - Rivaldo Gomes - 07.out.2020/Folhapress

O anúncio foi feito durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (7) para falar das medidas do estado no enfrentamento ao novo coronavírus. Os detalhes de como será a escolha, o processo seletivo e o prazo de contratação não foram divulgados. A responsabilidade pelo programa será da Secretaria Estadual de Educação, porém, o responsável pela pasta, Rossieli Soares, não estava entre os secretários presentes na coletiva à imprensa.

Essa não é a primeira vez que os responsáveis pelos alunos são recrutados para atuar nas escolas. No dia 15 de fevereiro, a Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) anunciou um programa para contratar até 5.000 mães de alunos para atuar como agentes de protocolo contra a Covid-19. O diferencial do programa do estado é a inclusão também dos pais.

R$ 1 bilhão

Essa força de trabalho integrará o Bolsa do Povo, que unifica as transferências de renda espalhadas em diversas secretarias estaduais. A ação se assemelha à criação do Bolsa Família, que, por meio de uma medida provisória do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, unificou e ampliou os programas de seus antecessores.

No caso de Dória, o Bolsa do Povo irá reajustar os valores de programas tais como o Ação Jovem (Educação) e Renda Cidadã (Assistência Social), que passarão dos atuais R$ 80 para R$ 100. Os outros programas que serão reunidos no Bolsa Família são: trabalho; aluguel social; talento esportivo e via rápida.

Na apresentação do programa, o vice-governador Rodrigo Garcia, que também é secretário de governo e ficará à frente do programa, afirmou que serão investidos só neste ano R$ 1 bilhão no Bolsa do Povo. O programa poderá beneficiar até 500 mil pessoas direta e indiretamente nos 645 municípios paulistas.

Por se tratar de um remanejamento de verbas, será necessário a aprovação da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). O governo estadual informou que enviaria o projeto ainda nesta quarta-feira em regime de urgência.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação, somente após a aprovação da Alesp é que os detalhes de critérios para admissão no programa serão divulgados.

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