Zoológico de São Paulo conta com dois novos filhotes de arara-azul-grande

  Aves completaram dois meses de idade, têm tratamento especial, e são importantes para a preservação da espécie  

São Paulo

O Zoológico de São Paulo ganhou dois novos filhotes de arara-azul-grande, que completaram dois meses de vida. Uma das aves nasceu no dia 28 de janeiro e a outra, quatro dias depois, em 1º de fevereiro.

Segundo o zoo, o nascimento das aves representa um importante passo na preservação da espécie, que se encontra em constante ameaça.

Os "pais", Diego e Megan, nunca haviam feito o cruzamento antes. Os filhotes ainda não têm nome, pois que é preciso um exame de DNA para saber o sexo.

"Já faz tempo que a gente estimula esse casal para que eles fizessem a postura [de ovos] e cuidassem de filhotes, mas eles sempre quebravam os ovos. Neste ano, conseguimos retirar os ovos antes disso", explica a bióloga e responsável pelo setor de aves da Fundação Zoológico, Fernanda Junqueira.

Dois filhotes de arara-azul-grande sendo alimentados por uma bióloga, que dá uma mamadeira com um líquido laranja para um dos filhotes.
Novos filhotes de arara-azul-grande no zoológico de São Paulo sendo alimentados pela bióloga Fernanda Junqueira. - Karime Xavier / Folhapress

Os ovos, então, foram incubados artificialmente. Por cerca de 28 dias, eles ficaram em uma sala do zoológico que conta com várias chocadeiras. "A chocadeira faz, na verdade, o papel dos pais, gerando temperatura e umidade para que o embrião consiga crescer e se desenvolver", conta Junqueira.

A sala de incubação é climatizada e há um gerador de energia para garantir que os ovos continuem seu desenvolvimento, caso haja queda de energia por algum motivo. Os ovos são pesados diariamente pelos biólogos, que monitoram todo o processo.

A ideia é que, na próxima postura de ovos do casal no zoo, os pais façam a incubação e cuidem de seus filhotes por si só. "A gente sempre incentiva que os pais criem. Preferimos que os pais cuidem dos filhotes sempre, mas, quando preciso, a gente faz todo esse processo artificial aqui no setor", relata a bióloga responsável.

Nos primeiros meses, as aves são alimentadas com uma farinha especial que contém as gorduras e nutrientes necessários e é misturada com água morna, segundo Fernanda.

Os filhotes nascem com cerca de 20 gramas e 6 centímetros de altura. Quando adultas, as araras-azuis-grandes podem atingir até um metro de comprimento (da ponta do bico à ponta da cauda).

De acordo cm a bióloga, a arara-azul-grande saiu da lista de animais ameaçados de extinção. Hoje, outras duas espécies de araras seguem na relação: a arara-azul-de-lear e a ararinha-azul, também conhecida como arara-azul-de-spix.

"Ela já foi bastante ameaçada, mas há um grande programa de conservação no Pantanal que conseguiu reverter essa situação", explica. A bióloga se refere ao Projeto Arara-Azul, coordenado desde 1990 pela bióloga Neiva Guedes.

A preocupação e os cuidados com a arara-azul-grande, no entanto, devem continuar. "Tivemos queimadas recentemente no Pantanal e isso atrapalha bastante a reprodução delas. Então, temos que pensar nessa população reserva que o zoológico tem. Você nunca sabe como a espécie vai estar daqui 10, 20 ou 30 anos", defende Junqueira.

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