O corpo encontrado neste sábado (5) em um terreno perto da favela de Heliópolis, na zona sul da capital paulista, é do soldado Leandro Martins Patrocínio, 30 anos, desaparecido desde o último sábado (29), após ele sair por volta das 20h30 da estação Sacomã, da linha 2-verde do metrô e, cerca de meia hora depois, ser visto perto da comunidade por meio de imagens de câmeras de monitoramento.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que a identidade do policial foi confirmada após a realização de "exames periciais". A policia agora aguarda outros laudos para saber a causa da morte do agente.
O policial militar, que trabalhava no 1º Batalhão da PM Rodoviária, em São Bernardo do Campo (ABC), teve a identidade confirmada pelo governador João Doria (PSDB), na manhã deste domingo (6), em suas redes sociais. Nascido no Rio de Janeiro, o soldado estava na corporação paulista há cerca de cinco anos.
"Triste notícia. A Polícia Militar encontrou ontem [sábado] o corpo do soldado PM Leandro Patrocínio, que estava desaparecido desde o dia 29 de maio em Heliópolis. Meus sinceros sentimentos de solidariedade aos familiares e amigos", escreveu o governador.
Na noite de sexta-feira (4), segundo a polícia, cães farejadores identificaram um ponto no terreno de Heliópolis em que poderia ter algum corpo. Neste sábado (5), a terra do local foi retirada com uma escavadeira. Quando foi possível a identificação, os trabalhos foram feitos manualmente.
O major Alex Negredo, coordenador operacional do 46º Batalhão da PM, afirmou o Agora, logo após o corpo ser encontrado, que as características físicas do cadáver eram compatíveis com as do soldado desaparecido, da mesma forma que as roupas também encontradas enterradas com a vítima.
Segundo a PM, o soldado, que estava de folga quando foi visto na saída do metrô, deveria ter se apresentado ao trabalho às 4h45 do domingo (30), o que não ocorreu.
O DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) investiga a motivação para o crime e a dinâmica em que o soldado desapareceu. Antes do reconhecimento, o caso era considerado um desaparecimento. Agora com a confirmação da identidade da vítima encontrada no terreno, a ocorrência passa a ser de homicídio.
Segundo o delegado Milson Sérgio Vasques Calves, do DHPP, as investigações apontam que o soldado fez uma compra, com seu cartão de débito, em um bar ao lado de um baile funk, por volta das 23h50 do sábado. "Informes que chegam ao nosso reconhecimento é de que ele teria sido reconhecido [por bandidos], levado a um cativeiro, e neste local teria sido morto", afirmou o policial, em entrevista ao SP2, da TV Globo.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) foi questionada sobre isso, mas não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.
Três suspeitos já foram identificados pela polícia, que solicitou a prisão deles à Justiça. Ninguém havia sido preso até a publicação desta reportagem.
Um terceiro homem foi levado ao departamento de homicídios, na sexta-feira, onde foi interrogado e em seguida liberado.
O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, "que não pode confirmar mandados de prisões" alegando que os setores "não passam informações para não atrapalharem as investigações". Por causa disso, não foi possível confirmar a expedição das duas prisões, solicitadas pela polícia, até a publicação desta reportagem.
PMs mortos fora de serviço
Cinco policiais militares morreram no estado de São Paulo, entre janeiro e março deste ano, segundo a mais recente estatística sobre este tipo de morte divulgada pela SSP (Secretaria da Segurança Pública). Todos os agentes estavam de folga.
Em todo o ano passado, 38 policiais militares morreram em confrontos em todo o estado de São Paulo, dos quais 52% estavam fora de serviço.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.