Dados do Serviço Funerário da Prefeitura de São Paulo, gestão Ricardo Nunes (MDB), mostram aumento de 20,54% nos enterros realizados nos cemitérios públicos da capital nos cinco primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2020, apesar da queda nos sepultamentos em maio em relação a abril. Os números incluem vítimas do novo coronavírus e outras causas de mortes.
De janeiro a maio do ano passado, 32.657 pessoas foram enterradas na cidade de São Paulo, número 8.164 menor do que o mesmo período de 2021, quando 39.367 foram sepultadas, no total.
Em abril de 2021, 8.998 pessoas foram enterradas nos cemitérios municipais, enquanto, em maio, houve 7.843 sepultamentos, uma queda de 1.155 enterros (14,72%). O mês com o maior número de pessoas sepultadas dos últimos três anos foi março de 2021, com 9.885.
“Acredito que a média vai se manter alta, mas eu não acredito que vamos chegar novamente a bater o que foi março. Isso principalmente por dois impactos: o da vacina e que os mais suscetíveis para morrer, parte, infelizmente, não resistiram e o número caiu”, Paulo Lotufo, professor de Clínica Médica da USP. “Os dados da vacinação estão muito mal apresentados, é difícil falar”, completa.
Se os mesmos cinco primeiros meses de 2021 foram comparados com o mesmo período de 2019, antes da pandemia de Covid-19, o dado é ainda mais alarmante. O aumento é de 46%, já que há dois anos foram enterrados 26.957 no período.
“Eu imaginava até um número menor nestes últimos três meses de 2021. Pensei que ia ficar pouco mais de 8 mil pessoas, mas passou. Acho que em março, abril e maio os números foram tão altos, que realmente a tendência é cair”, ressalta Lotufo.
Média diária atinge 260 sepultamentos
Em média, cerca de 260 pessoas foram enterradas diariamente nos cinco primeiros meses do ano nos cemitérios municipais de São Paulo, contra 214 do mesmo período de 2020.
O Serviço Funerário diz que pode adotar novas medidas se a média passar a 400 enterros por dia.
A gestão Ricardo Nunes lembra que no auge da pandemia, entre março e abril, teve de realizar enterros noturnos. Os sepultamentos à noite foram interrompidos em 28 de abril.
No dia 7 de abril foi dado início à uma operação de abertura de 600 valas por dia nos cemitérios Vila Formosa, São Luiz, Itaquera e Dom Bosco também por causa do aumento de mortes pela Covid-19.
Em nota à reportagem, a Prefeitura de São Paulo, por meio do Serviço Funerário do Município de São Paulo, afirma que a média diária de sepultamentos em maio foi de 250 e que o número está dentro do padrão. Por isso, não estão mais realizando enterros noturnos na cidade desde o dia 28 de abril, como medida do Plano de Contingenciamento Funerário, e que a abertura de valas é um procedimento padrão nos cemitérios.
A Prefeitura ainda disse que, no dia 7 de abril, foi dado início a uma operação de abertura de 600 valas por dia nos cemitérios Vila Formosa, São Luiz, Itaquera e Dom Bosco.
O Serviço Funerário do Município de São Paulo é responsável pela gestão e administração de 22 cemitérios municipais, um crematório, 12 agências de contratação de serviços funerários e 114 salas de velórios, distribuídos em todas as regiões da capital. Além disso, fiscaliza 20 cemitérios particulares.
Números de sepultamentos na cidade de São Paulo
Mês | 2019 | 2020 | 2021 |
---|---|---|---|
Janeiro | 5.454 | 5.694 | 6.677 |
Fevereiro | 4.601 | 5.189 | 5.964 |
Março | 5.590 | 6.056 | 9.885 |
Abril | 5.513 | 7.350 | 8.998 |
Maio | 5.799 | 8.368 | 7.843 |
Total | 26.957 | 32.657 | 39.367 |
Fonte: Prefeitura de São Paulo, por meio do Serviço Funerário do Município de São Paulo
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