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Paulistanos enfrentam filas para se vacinar contra Covid-19 nesta segunda (28)

Na galeria Prestes Maia, na região central, havia espera de mais de uma hora para fazer o cadastro

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São Paulo

A imunização contra a Covid-19 de pessoas de 46 anos nesta segunda-feira (28) registrou longas filas em alguns postos de vacinação na cidade de São Paulo. Desde os primeiros minutos da manhã, o site "De Olho na Fila" já registrava "fila grande" em diversas postos da capital.

Por volta das 8h, a UBS Belenzinho - Marcus Wolosker, na zona leste, que vacinava com o imunizante da Janssen, de dose única, registrava ao menos 50 pessoas esperando para serem vacinadas. Apesar do grande volume de pessoas, o atendimento era feito de forma rápida.

Fila de vacinação de pessoas de 46 anos no megaposto da galeria Prestes Maia, na praça do Patriarca, região central de São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

Muitas pessoas com mais de 46 anos também foram buscar a vacina. Algumas delas foram até o local por não conseguir se vacinar na semana passada.

Foi o caso do operador de manutenção José Martin, de 49 anos. Vestido com uniforme de trabalho, ele disse ter ido três vezes na semana passada todas as sem sucesso. "Tive que sair do trabalho todas as vezes [para tentar me vacinar]. A minha sorte é que meu patrão é compreensivo", disse.

O comerciante Marcelo Daniel de Jesus, de 47 anos, também foi colocar a vacina em dia. "Eu não pude vir na data marcada. Aproveitei logo cedo e vim hoje", afirmou.

Já prevendo que a fila seria grande, o numismata Gabriel Nunes, 46 anos, trouxe o livro que está lendo para passar o tempo. "Assim facilita, né", disse.

Outro ponto de vacinação concorrido era o megaposto da galeria Prestes Maia, na praça do Patriarca, região central. Por volta das 9h30, a reportagem contou pelo menos 90 pessoas esperando para realizar o cadastro e fazer a vacinação. As cadeiras lotadas na fila para o cadastro contrastavam com as cadeiras vazias na fila de vacinação.

Eram apenas três funcionários para fazer o cadastro de quem foi se vacinar. Com isso a espera apenas para conferência dos dados demorou pelo menos uma hora.

Entre as pessoas que aguardavam estava a servidora pública Cleonice Pereira, 50 anos. Ela disse que só veio nessa segunda-feira porque estava indisposta nos últimos dias. "É um atraso muito grande. Eles poderiam fazer algo para ir mais rápido", disse.

Ela conta que chegou ao local às 8h10, e até as 9h30, ainda aguardava para poder fazer a conferência dos dados. Assim que foi chamada ela demorou exatos três minutos para que os dados fossem conferidos, tomar a dose e sair do local. "Podia ser tão rápido assim para mostrar os documentos né", disse

A operadora de cobrança Renata Lins de 46 anos, pediu o dia de folga para poder se vacinar. "Eu não sei qual vacina tem eu só sei eu quero ser imunizada", afirmou.

Abastecimento dos postos de vacinação

Pesquisa realizada às 10h30 pela reportagem no site "De Olho na Fila" constatou que, apesar de muitos pontos registrarem grandes filas, não foi constatado falta do imunizante.

No último dia 21, a falta de doses em mais de 300 pontos levou a prefeitura de São Paulo a suspender a vacinação no dia seguinte .

A vacinação foi retomada na quarta-feira. Entretanto foram observados desabastecimentos horários em dezenas de unidades diversas vezes ao dia até a última sexta-feira.

Prefeito diz que precisa ter vacina para vacinar

Em entrevista ao canal de notícias CNN, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que "precisa ter vacina para vacinar" a população de São Paulo. Por isso, segundo ele, fez o escalonamento por idade, apesar de o calendário do governo do estado indicar a vacinação de pessoas de 43 a 49 anos desde o 23 de junho.

Nunes disse que a capital tem cerca de 340 mil doses no estoque para vacinar o público de 46 e 45 nesta segunda (28) e terça-feira (29), respectivamente, que soma 215 mil pessoas. Com isso, sobram 125 mil para vacinar os de 44 anos, que são 135 mil. Ou seja, pelas contas do prefeito, faltam 10 mil doses. "Estamos trabalhando no limite da quantidade de doses", afirmou.

O prefeito não disse na entrevista se comunicou ao governo do estado sobre o estoque de doses na capital nem se solicitou mais imunizantes. O Agora questionou a Prefeitura de São Paulo sobre o tema e aguarda resposta.

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