Só quatro regiões de SP estão com taxa de UTI acima de 70%

Índice de internação em leitos de terapia intensiva está em queda uniforme no estado

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Nilson Hernandes
São Paulo

A taxa de ocupação em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) devido ao agravamento do quadro infeccioso provocado pela Covid-19 caiu caiu 5,5 pontos percentuais em um intervalo de sete dias (16 a 22 de julho) no estado, passando de 62% para 56,5%.

Apenas quatro regionais estão com taxas na casa dos 70% ou mais: Bauru (73,5%); Sorocaba (72,1%); São João da Boa Vista (70,7%) e Ribeirão Preto (70%).

Na outra ponta estão a Baixada Santista (33,7%), Registro (31,3%) e Grande São Paulo Sudoeste (30,1%), este último que engloba oito dos 39 municípios da Grande São Paulo, tais como Cotia, Embu e Juquitiba.

O estudo foi feito pelo projeto SP Covid-19 Info Tracker, criado por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Segundo Wallace Casaca, um dos coordenadores do projeto, os dados indicam queda sustentada no número de ocupação de leitos de UTI no estado. “Desde junho que não aumenta sequer um dia o número de internações”, afirma.

A situação atual é bem diferente da registrada no dia 18 de maio, quando 16 dos 23 departamentos regionais de saúde haviam apresentado alta na taxa das internações. À época, cinco delas tinham taxa de ocupação superiores a 90%: Barretos (98,3%); Registro (98,2%); Marília (95,8%); e Araraquara (94,9%).

“Essa queda observada na taxa de ocupação de leitos de UTI de maneira uniforme no estado de São Paulo coincide com o avanço vacinal para a população abaixo de 60 anos”, afirma Casaca.

Dados do governo estadual indicam que a taxa de ocupação de leitos de UTI nesta sexta ficou em 58,3% na Grande São Paulo e 53,6% na região metropolitana.

Alerta

Integrante do Centro de Contingência do Coronavírus do governo do estado de São Paulo, o infectologista da USP Marcos Boulos também frisa que o avanço da imunização foi fundamental para a queda da taxa de ocupação dos leitos de UTI registradas.

“O avanço da imunização, apesar de estarmos ainda numa situação precoce, com o impacto nos grupos prioritários, principalmente em idosos, foi muito importante para cair a mortalidade e os índices de hospitalização”, disse Boulos ao lembrar que os jovens são mais resistentes e com isso precisam menos de hospitais.

Contudo, o epidemiologista alerta que não é possível baixar a guarda nem um milímetro. “Estamos num nível bastante elevado ainda e a disseminação da variante delta que causou uma recidiva muito intensa dos casos na Europa. Além da necessidade da segunda dose, pois a primeira sozinha não confere uma imunidade boa, precisamos evitar aglomerações e usar a máscara. A transmissão ainda vai continuar a existir, com o agravante da circulação da delta no estado”.

Boulos reforça ainda que o número de infectados por 100 mil habitantes é alto no estado de São Paulo, por isso é preciso seguir os protocolos de prevenção, isolamento e vacinação.

Solange Bricola, farmacologista clínica da disciplina de saúde pública da Universidade Mackenzie, concorda que não é hora de relaxar, pois a Covid-19 é uma doença de contágio respiratório, por aerossóis. “Máscaras, álcool em gel, lavagem das mãos sempre que possível são medidas que vieram para ficar nesses tempos de pandemia”, sentenciou.

Sobre a variante delta, a especialista em afirmou que o início da imunização em 17 de janeiro e a previsão até setembro da imunização dos paulistas com a primeira dose estaria perfeita, não fosse a transmissão comunitária já identificada na capital. “Não estamos livre de uma situação de repique por conta disso. É fundamental a participação da população na questão da Saúde Pública”, finalizou.

Diretoria regional de saúde

Ocupação

em 23/07

Ocupação em

18/05

Bauru 73,50% 94,30%
Sorocaba 72,10% 89,60%
São João da Boa Vista 70,70% 91,20%
Ribeirão Preto 70,00% 92,70%
Araraquara 66,00% 94,90%
São José do Rio Preto 65,50% 85,30%
Piracicaba 65,10% 64,90%
Marília 64,60% 95,80%
Barretos 62,80% 98,30%
Campinas 60,50% 69,30%
Araçatuba 58,90% 88,40%
Presidente Prudente 58,30% 93,90%
Franca 56,80% 91,30%
Estado de São Paulo 56,40% 78,90%
Município de São Paulo 55,90% 82,00%
Taubaté 54,50% 79,30%
Grande São Paulo - Oeste 50,80% 77,10%
Grande São Paulo - Sudeste 48,60% 67,30%
Grande São Paulo - Leste 42,40% 70,00%
Grande São Paulo - Norte 41,60% 71,70%
Baixada Santista 33,70% 66,50%
Registro 31,30% 98,20%
Grande São Paulo - Sudoeste 30,10% 64,80%
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