Descrição de chapéu Pix

Quatro suspeitos de sequestros para roubar com Pix são presos em dois dias

Prisões ocorreram em casos na capital paulista e no litoral de São Paulo

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São Paulo

Ao menos quatro homens foram presos em flagrante, em duas ocorrências diferentes, sob a suspeita de realizar extorsão mediante sequestro, exigindo das vítimas trânsferências via Pix. Os crimes ocorreram na capital e no litoral paulista.

Por causa da onda de crimes, em que as vítimas são obrigadas a realizar transferências por meio do Pix, o Banco Central anunciou uma série de medidas na tarde desta sexta-feira (27). Entre elas está a determinação do limite de R$ 1.000 para operações com Pix, cartões de débito e TED (Transferência Eletrônica Disponível) entre pessoas físicas –incluindo microempreendedor individual– entre 20h e 6h, inclusive para transações entre contas do mesmo banco.

Numa das ações, policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) receberam informações, na quinta-feira (26), que uma vítima era mantida refém em um cativeiro na região de Parada de Taipas, na zona oeste da capital paulista.

Imagens feitas com celular mostram que o cativeiro ficava em um segundo piso, com acesso exclusivo por uma escada. No imóvel, a vítima foi mantida amarrada a uma cadeira, enquanto os criminosos transferiam dinheiro de sua conta.

Os criminosos, de acordo com a 4ª Delegacia do Patrimônio do Deic, pretendiam manter a vítima presa até por volta das 9h desta sexta-feira, quando uma última transferência seria feita. Antes disso, porém, agentes estouraram o cativeiro, prendendo dois homens, que não tiveram as identidades informadas, e resgataram a vítima.

Cativeiro onde vítima foi mantida em Parada de Taipas (zona oeste da capital paulista). Dois suspeitos foram presos no local na quinta-feira (26) - Divulgação/Deic

Na quarta (25), outros dois homens, de 28 e 42 anos, já haviam sido presos sob a suspeita de terem mantido três jovens como reféns em Peruíbe (135 km de SP), no dia 20, enquanto exigiam valores das vítimas, por meio de transferências via Pix.

Foi registrado na Delegacia Sede da cidade que dois rapazes de 19 anos e um adolescente, de 17, foram abordados por três homens na região central da cidade do litoral, quando saíam de um bar, por volta das 23h40 do dia 20.

As vítimas foram obrigadas a entrar no carro de um dos jovens. O dono do veículo chegou a transferir R$ 300 que tinha na conta bancária, mas segundo a polícia, os bandidos exigiram que ele ligasse para o pai, que transferiu mais R$ 2.000.

Após as transferências bancárias, os três foram deixados em uma rua e os bandidos fugiram no carro, que é da mãe de um dos jovens, conforme registrado em boletim de ocorrência.

Agentes da Delegacia Sede passaram a investigar o caso com base em imagens de câmeras de monitoramento e de relatos. Assim, encontraram o carro em um matagal na zona rural de Peruíbe, por volta das 14h de quarta-feira.

Ladrões usaram arma de fogo e facão para ameaçar vítima em cativeiro, descoberto pela polícia quinta-feira (26) na zona oeste da capital paulista - Divulgação/Deic

Os investigadores prenderam dois dos suspeitos em uma casa em frente onde o carro estava escondido. Ambos, segundo a polícia, admitiram participação na extorsão mediante sequestro. Eles eram foragidos da Justiça por roubo e tráfico de drogas. Dentro da casa, a polícia apreendeu 40 porções de droga, entre maconha, crack e cocaína.

Em série

Na noite de terça (24), um homem foi preso na zona sul da capital paulista após a tentativa de roubar, também via Pix, o dinheiro de um motorista de aplicativo. Um casal suspeito de participar da ação conseguiu fugir.

De acordo com dados de inteligência do governo paulista, desde o fim do ano passado foram 202 sequestros-relâmpagos e roubos com retenção da vítima no estado de São Paulo em que as vítimas relataram o uso do Pix durante o roubo.

Nos primeiros meses desde a implantação do sistema de pagamentos e transferências feitos pelo celular, (entre dezembro de 2020 e março de 2021), foram registrados 51 boletins em todo o estado. De abril a julho, os registros pularam para 151 casos.

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