Mesmo com o fim da restrição de horário e a possibilidade dos espaços receberem até 100% de sua capacidade de público em locais como comércio, desde o dia 17, a Prefeitura de São Paulo manteve as restrições nos velórios e enterros, mesmo de pessoas que não morreram por causa da Covid-19.
De acordo com a gestão Ricardo Nunes (MDB), está valendo o decreto que determina que velórios podem ser realizados no tempo máximo de uma hora, com a permanência de até 10 pessoas no ambiente e com caixão aberto, desde que a morte não seja por doença contagiosa.
“As orientações estabelecidas pelo decreto que determina que os velórios em casos de mortes não ocasionadas por Covid-19 podem ser realizados no tempo máximo de uma hora, com a permanência de até 10 pessoas no ambiente, com caixão aberto, desde que a morte não seja por doença contagiosa”, diz o Serviço Funerário Municipal, em nota.
A autarquia diz que em casos confirmados de mortes causadas pelo novo coronavírus e também de óbitos suspeitos, os velórios continuam suspensos. A família terá um curto período de despedida no ato do enterro.
"Mesmo após o prazo de transmissibilidade da doença, as orientações em relação à suspensão do velório seguem as mesmas. O caixão também deverá ser sepultado lacrado", diz.
Segundo o infectologista Marcos Boulos, as restrições de horário e circulação de pessoas ainda são recomendadas, inclusive para velórios, apesar da flexibilização do Plano São Paulo para para o comércio em geral, por exemplo. "Creio que deveríamos continuar com as restrições por causa da variante delta", disse.
"Eu não só manteria as restrições em velórios e enterros como não liberaria as restrições para essa flexibilização que está se anunciando. Nesse momento, corremos um risco muito grande de transmissão dessa nova cepa", disse o médico.
Integrante do centro de contingência que foi desmobilizado recentemente pelo governo João Doria (PSDB), o infectologista diz que a variante delta do coronavírus só será controlada com restrições, apesar do número de mortes e hospitalizações terem caído.
“No mundo todo, as maiores transmissões acontecem exatamente em bares, restaurantes e cultos religiosos, que já estão todos liberados. Isso é incoerente. A opinião dos especialistas em saúde pública é de que não só velórios e enterros precisam de restrições, como também bares, restaurantes, cultos e todos os tipos de aglomerações”, afirmou.
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