Ministério Público faz ação contra 'cassinos clandestinos' na Baixada Santista

Foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão no litoral e no interior

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São Paulo

O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) e a Polícia Militar realizaram, na manhã desta segunda-feira (20), uma ação contra uma organização criminosa que explora jogos de azar com máquinas caça-níquel na Baixada Santista e no interior paulista.

A operação, que é controlada pelo MP por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), cumpriu 42 mandados de busca e apreensão em locais relacionados à suposta quadrilha. Os promotores e a PM estiveram em endereços em Santos, Guarujá, São Vicente e Praia Grande, todas na Baixada Santista, além de Itu, no interior, e São Paulo.

A organização criminosa que, segundo a Promotoria também é responsável por lavagem de dinheiro, controla mais de 600 pontos de jogos de azar em diversas cidades do estado. Até a publicação desta reportagem, o Ministério Público ainda não havia informado se força-tarefa resultou em prisões ou fechamento de estabelecimentos.

Estabelecimento fiscalizado nesta segunda-feira (20), em ação do Ministério Público na Baixada Santista contra exploração de jogos de azar - Divulgação/Ministério Público

Uma das casas fiscalizadas havia dezenas de máquinas de caça-níqueis perfiladas em fileiras, como em um cassino clandestino. O local não foi informado pelos promotores.

De acordo com o MP, devido a grande quantidade de locais controlados pela organização, para gerenciar a atividade, foi criado um hiperlink de internet que dava acesso ao sistema.

"A partir da autorização judicial foi feita ampla análise do conteúdo do referido hiperlink, apurando-se um sofisticado sistema destinado ao controle de pontos de exploração de jogos de azar, com informações sobre o nome do estabelecimento, endereço, número de máquinas caça-níquel e tipo de máquina utilizada, bem como informações sobre prêmios e valores pagos", afirmou o Ministério Público

Ainda de acordo com a Promotoria, "as investigações também identificaram ao menos quatro empresas utilizadas para a lavagem dos valores obtidos com a atividade contravencional". Elas, que não tiveram o nome divulgado, seriam responsáveis por fornecer máquinas de pagamento via cartão bancário.

O Ministério Público disse que as máquinas eram utilizadas para o recebimento dos valores das apostas feitas pelos jogadores e os valores correspondentes transitavam pelo sistema bancário e financeiro totalmente desvinculado da organização criminosa, como se fossem valores decorrentes de atividade empresarial. Com isso, se ocultava a origem e dissimulava a movimentação dos valores produto da contravenção.

Em entrevista ao próprio Ministério Público, o promotor Silvio Leite Loubet, que participou das ações, informou que as equipes estiveram em "residências e empresa das pessoas ligadas ao controle da organização criminosa, como também em locais onde ocorriam a exploração de jogos de azar".

O promotor explicou que foram apreendidos celulares, máquinas caça-níqueis, que foram destruídas nos próprios pontos em que estavam instaladas, além de dinheiro, o qual o montante ainda não era sabido. O promotor também confimou que algumas pessoas estavam jogando no momento da chegada da força-tarefa. Não foi informado quantas máquinas foram destruídas e nem se pessoas foram presas.

Somente durante o período investigado, que não foi detalhado, o Gaeco estima que as empresas tenham movimentado R$ 13 milhões.

Procurada, a Polícia Militar confirmou que prestou apoio durante a ação e que o balanço dos trabalhos seria informado pelo Ministério Público.

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