Devotos de Nossa Senhora Aparecida se emocionam com volta ao santuário

Milhares de pessoas celebraram a data que homenageia a padroeira nesta terça (12)

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Aparecida (SP)

Fiéis lotaram o Santuário Nacional Aparecida (180 km de SP), na manhã desta terça-feira (12), quando se comemora o dia de Nossa Senhora Aparecida. Em clima de emoção, muitos balançavam lenços brancos e azuis na missa das 9h, a principal celebração do dia. Esta foi a primeira festa dedicada à Santa em que os atos litúrgicos foram abertos ao público em geral desde o início da pandemia de coronavírus, mas ainda com restrições.

A expectativa é que o número de devotos chegue próximo ao de antes da pandemia —em 2019, cerca de 160 mil pessoas foram ao santuário durante as celebrações para a data. Em 2020, quando a presença nas missas era restrita, foram 30 mil, segundo o santuário.

Mesmo com a flexibilização, ainda houve limite de pessoas nas celebrações, com espaçamento nos bancos e distanciamento entre as pessoas. O número de liturgias foi multiplicado e os locais de celebração, ampliados.

A expectativa é que o número de devotos chegue próximo ao de antes da pandemia —em 2019, cerca de 160 mil pessoas foram ao santuário durante as celebrações para a data. Entretanto, ainda há limite de pessoas nas missas , com espaçamento nos bancos. O número de liturgias foi multiplicado e os locais de celebração, ampliados.

Segundo a NovaDutra, concessionária que administra a rodovia Presidente Dutra, cerca de 32 mil romeiros passaram pela estrada à pé ou de bicicleta, até às 11h desta sexta, na região de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba (SP), e em Itatiaia, no Sul Fluminense (RJ).

No ano em que a consagração de Nossa Senhora como Padroeira do Brasil completa 90 anos, a imagem da Santa entrou na Basílica envolta no mesmo escudo usado à época, quando a imagem original encontrada por três pescadores em 1717 pegou um trem especial e deixou Aparecida rumo à então capital do Brasil, o Rio de Janeiro, para a celebração.

Fieis durante missa no Santuário de Aparecida (180 km de SP), nesta terça-feira (12) - Eduardo Anizelli/Folhapress

Ao som de "O Trenzinho do Caipira", de Heitor Villa-Lobos, a réplica da imagem passou entre os devotos, muitos choraram. Os padres abençoaram os parentes e amigos das mais de 600 mil vítimas de Covid-19.

O casal de romeiros Eliana Aparecida de Freitas Silva, enfermeira de 61 anos, e Ocimar Antônio da Silva, diretor industrial de 64, estiveram na Sala das Promessas para agradecer a recuperação do "amigo e irmão" do grupo de orações, o contador Claudemir Vieira, 63, conhecido como Mikey, que ficou internado com Covid-19 por três meses, entre novembro e fevereiro, boa parte desse tempo na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

"São 25 anos de amizade. Rezamos para Nossa Senhora interceder por ele todo esse tempo", afirmou Eliane. "Ele chegou a ser desenganado, mas se recuperou. Perdeu a voz, não andava mais, mas recuperou tudo isso", disse Ocimar.

Eliana contou que enquanto estava na UTI, o amigo disse ter visto ela vestida de enfermeira rezando por ele ao lado de sua cama. "Ele viver e se recuperar foi o verdadeiro milagre."

Mas também teve manifestações silenciosas de quem enfrentou o novo coronavírus. Em um mural na Sala dos Milagres, local onde devotos deixam objetivos para agradecer graças alcançadas ou que retratem a fé, havia nesta terça-feira várias referências de pessoas que venceram a doença, como fotos, imagens de Aparecida, cartas e frase de agradecimentos, como "eu venci a Covid".

Painel na Sala dos Milagres, no Santuário Nacional, mostra fotos e agradecimentos pela recuperação da Covid-19 - Rubens Cavallari/Folhapress

A professora de natação Rosely Nogueira Duarte, 51, viajou de Belo Horizonte (MG) a Aparecida e estava atravessando de joelhos a passarela que leva à Basílica Velha, para pagar uma promessa pela cura do câncer de intestino de sua irmã, a aposentada Rosimeire Nogueira Duarte, 62, há cinco anos. Ela contou que esteve, desde então, em todas as celebrações à Padroeira do Brasil e nessas ocasiões sempre leva uma peça de roupa da parente.

Neste ano, ela decidiu atravessar a passarela ajoelhada pela confirmação da remissão da doença. "Meus joelhos estão doendo, mas o sacrifício vale a pena porque o ganho que ela teve é muito maior que qualquer dor."

A balconista Elenice Brandão, 38 anos, levou de Volta Redonda (RJ) uma cabeça de vela para ser queimada na Capela das Velas, para pedir pela cura de uma alergia de sua amiga, a cozinheira Aline Duarte, 39, que há um mês sofre do mal. Enquanto queimava a vela, ela estava em vídeo chamada com a amiga. "Passei por vários médicos e fiz diversos exames, e todos me disseram que é um problema psicológico, da cabeça", explica Aline, pelo vídeo.

Já Elenice afirma que costuma ir a Aparecida no feriado e que não se esqueceu do pedido da amiga, quando esta começou a sofrer com a alergia em todo o corpo. "Há um mês, ela me pediu para rezar e acender uma vela para ela aqui. Ela achou que eu ia esquecer, mas não esqueci. Trouxe essa cabeça de vela para queimar e pedir a Nossa Senhora que alivie essa enfermidade dela. E a cabeça de vela representa essa dor a ser curada", afirmou.

Já a manicure Elza Oliveira, 49, acendeu velas para agradecer por ninguém da sua família ter contraído Covid-19. "Temos que ser gratos por estarmos aqui vivos e saudáveis", disse a devota de Bauru (329 km de SP).

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