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Prefeitura de SP estuda mudar pagamento do auxílio aluguel para famílias em Paraisópolis

Gestão municipal diz que demolirá 1.500 residências da região para obras

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São Paulo

Dois dias depois do desabamento de um sobrado em Paraisópolis (zona sul da capital paulista), que provocou uma morte e deixou quatro pessoas feridas, a Prefeitura de São Paulo, gestão Ricardo Nunes (MDB), afirma que estuda mudar o formato do pagamento do auxílio aluguel para as famílias com casas sobre o córrego Antonico. Atualmente, o valor é de R$ 400.

“Pedi um estudo para demonstrar como podemos solucionar essa questão. Em vez de 24 meses pagando R$ 400, se a gente faz 12 meses pagando R$ 800”, diz o prefeito, em coletiva, nesta segunda-feira (18).

“O que eu não posso é fazer nada de forma ilegal. Preciso seguir o que fala a legislação e a nossa equipe já está trabalhando. É uma situação de convencimento da população”, ressalta.

Vista aérea da favela de Paraisópolis, na zona sul da capital de São Paulo
Vista aérea da favela de Paraisópolis, na zona sul da capital de São Paulo - Eduardo Knapp/Folhapress

Em nota à reportagem, a prefeitura diz que também estuda a possibilidade de criação de uma nova modalidade para pagamento do benefício.

Sobre o córrego, onde também estava o sobrado, moram 1.500 famílias que precisam sair de suas casas para que as obras aconteçam. Segundo o prefeito, todas as casas precisam ser demolidas.

“A prefeitura já tem isso licitado, contratado e o recurso disponibilizado em torno de R$ 100 milhões para fazer a reurbanização do córrego. As pessoas precisam sair para as residências serem demolidas”, afirma o político.

Segundo a gestão municipal, as obras do Córrego Antonico têm previsão de término em abril de 2023. “A quarta fase terá duração de seis meses e será iniciada após a remoção das famílias cadastradas. Para o início das obras na fase 4 é fundamental que esses moradores aceitem o auxílio oferecido pela prefeitura”, escreve, em nota à reportagem.

No local serão realizadas obras para a canalização do córrego e parque linear no entorno do mesmo para preservação da área.

Bombeiros atuam em resgate de vítimas em desabamento em Paraisópolis
Bombeiros atuam em resgate de vítimas em desabamento em Paraisópolis - Divulgação/Corpo de Bombeiros

Ainda à reportagem, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Habitação, diz que a equipe social da pasta estava na av. Hebe Camargo na manhã desta segunda-feira (18) para dar continuidade ao atendimento às famílias.

A Subprefeitura Campo Limpo afirma que as equipes estão realizando vistorias nas residências existentes no entorno do local do desabamento para apontar a necessidade ou não de interdição. Assim que finalizada, será iniciada a remoção de entulho do local.

Presidente do G10 Favelas e líder comunitário de Paraisópolis, Gilson Rodrigues, enfatiza a importância do maior valor do aluguel social para auxílio da população local.

“A situação só pode ser resolvida com a remoção das famílias e o início imediato das obras. Mas, para isso, não adianta a gestão municipal oferecer R$ 400 para as famílias, é impossível achar um aluguel por esse valor”, afirma Rodrigues ao Agora.

“O auxílio aluguel é importante, pois ajuda as pessoas logo no início, mas a prefeitura precisa dar condições para as famílias estarem em uma situação melhor. É necessário garantir moradia e condições para que eles possam continuar morando em Paraisópolis”, ressalta.

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