Confira onde ver clássicos do cinema e seus remakes

Não é de hoje que Hollywood investe em refilmagens de grandes sucessos

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A atriz Anne Heche em cena de "Psicose" (1998), dirigido por Gus Van Sant e Janet Leight no "Psicose" (1960) original, de Hitchcock - Divulgação
São Paulo

Nas últimas semanas, remakes de grandes sucessos ganharam as telas e fizeram o público relembrar personagens e histórias marcantes. Entre as novas versões estão ‘Esqueceram de Mim’, ‘Ghostbusters, Mais Além’ e ‘Duna’. Mas não é de hoje que Hollywood aposta em remakes. ‘Nasce Uma Estrela’, por exemplo, foi refilmado três vezes. O original é de 1937 e o primeiro remake, de 1954.

"Hollywood é uma indústria. Criativa, mas não deixa de ser uma indústria. Os remakes são uma certa segurança, de essa indústria continuar ganhando", diz a professora Luciana Rodrigues, coordenadora da pós-graduação em gestão de produção e negócios audiovisuais da FAAP.

Mas, segundo Luciana, é preciso lembrar que a ideia do que é original é subjetiva. "Dificilmente um filme vai abordar um tema que ninguém abordou. Toda obra tem uma ligação com outra. O que difere, e é o que o artista faz, é a forma como ela é entregue ao mundo, diferente do original."

Apesar de serem mais seguros, os remakes também representam um risco para os estúdios. "Geralmente, o que buscam são o público que tem nostalgia por determinado filme e novas gerações que apenas ouviram falar da obra. Mas há o risco de frustrar o público.

Por isso, o remake não pode ser uma cópia, tem de trazer elementos de atualização", avalia. É o que se espera da nova versão de "Amor, Sublime Amor", dirigida por Steven Spielberg e que deve estrear em dezembro. "Esta não é apenas uma história de amor. É atualíssima, fala dos imigrantes na América", diz Luciana.

Esta é a última coluna Baú do Cinema no Agora. Gostaria de agradecer aos leitores que me acompanharam nestes mais de dois anos e compartilharam comigo o amor pela sétima arte. Nos vemos em alguma sala de cinema por aí.

Joan Fontaine e Laurence Olivier em "Rebecca, Uma Mulher Inesquecível" (1940)
Joan Fontaine e Laurence Olivier em "Rebecca, a Mulher Inesquecível" (1940) - Divulgação

Hitchcock refilmou a si mesmo e é inspiração para filmes até hoje

A obra do diretor Alfred Hitchcock já voltou às telas tanto em remakes como em tramas inspiradas em seus filmes (os longas de Brian de Palma são um exemplo entre milhares). Mas o próprio cineasta atualizou um de seus filmes, ‘O Homem que Sabia Demais’. A primeira versão é de 1934, e o remake, um clássico do cinema com James Stewart, de 1956.

Hitchcock também filmou adaptações. ‘Rebecca, A Mulher Inesquecível’ (1940) é baseado no romance da escritora britânica Daphne Du Maurier. Neste ano, o longa ganhou uma versão na Netflix, com os atores Lily James e Armie Hammer interpretando os personagens de Joan Fontaine e Laurence Olivier.

A refilmagem mais radical da obra de Hitchcock foi a realizada por Gus Van Sant, em 1998, com ‘Psicose’. O diretor decidiu repetir exatamente todos os quadros do filme original, com as mesmas posições de câmeras.

A única diferença foi a adoção da cor no longa. Cor que Hitchcock havia optado por não usar no filme original, preocupado em não mostrar o sangue vermelho na cena do assassinato de Janet Leigh no banheiro.

ONDE VER

REBECCA, A MULHER INESQUECÍVEL (1940)
Looke e Old Flix: grátis para assinantes
NetMovies: grátis

REBECCA, A MULHER INESQUECÍVEL (2020)
Netflix: grátis para assinantes

PSICOSE (1960)
Telecine: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 14,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)

PSICOSE (1998)
NOW: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 29,90 (compra)
Google Play: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)

Cena de "Fama" (1980)
Cena do musical "Fama" (1980), dirigido por Alan Parker - Divulgação

Musical de 1980 foi revisitado

O dia a dia de uma escola púbica de artes em Nova York é o centro do clássico ‘Fama’ (1980), de Alan Parker, em que o público acompanha inseguranças, descobertas e demonstrações de talento dos estudantes. Duas músicas do filme, "Fame" e "Out Here On My Own", embalaram a geração dos anos 1980 e fizeram história. Em 1981, pela primeira vez no Oscar, duas composições de um mesmo filme concorreram como melhor canção. A primeira levou a estatueta. O longa rendeu uma série com seis temporadas e, em 2009, a história foi refilmada, mas sem o charme da original. A atriz Debbie Allen, que teve uma pequena participação no primeiro filme, voltou à série e ao remake.

ONDE VER

FAMA (1980)
HBOMax e NOW: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)

FAMA (2009)
Telecine: grátis para assinantes

Gary Cooper e Jean Arthur em "O Galante Mr. Deeds"
Os atores Gary Cooper e Jean Arthur em "O Galante Mr. Deeds" - Divulgação

Um ‘caipira’ dos anos 1930 e 2000

Muita gente que conhece a comédia estrelada por Adam Sandler em 2002 talvez nem saiba que a história do ‘capira’ Deeds, que fica milionário de uma hora para outra, veio do filme de Frank Capra, ‘O Galante Mr. Deeds’ (1936). Vivido por Gary Cooper, ele é mais um homem comum, um personagem capriano na essência, que, ao chegar a Nova York, é ridicularizado pela gente da cidade grande por sua simplicidade e generosidade. Há quem diga que o personagem é ingênuo, mas suas atitudes diante dos negócios e dos advogados apenas interessados em sua fortuna recente mostram o contrário. Contracenando com Cooper está Jean Arthur, atriz presente em outros longas de Capra.

ONDE VER

O GALANTE MR.DEEDS (1936)
Apple TV: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)

A HERANÇA DE MR.DEEDS (2002)
Star+: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)
Google Play: R$ 5,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)

Cena do filme "King Kong" (1933)
Cena do filme "King Kong" (1933) - Divulgação

Kong reina nas telas há décadas

Lançado em 1933, ‘King Kong’ foi um sucesso imediato de bilheteria nos EUA. Teve a maior arrecadação de uma estreia até aquele momento (faturou US$ 90 mil) e salvou a produtora RKO da falência. Na história, um diretor de cinema leva sua equipe a uma ilha desconhecida, onde encaram o gorila gigante King Kong. O longa rendeu inúmeros remakes e versões em que Kong enfrenta Godzilla. Uma das refilmagens mais famosas é a de 1976, com Jessica Lange no papel da atriz que se torna a obsessão do gorila. Em 2005, a tecnologia proporcionou um Kong totalmente digital, feito a partir da captura das expressões de um ator por 132 sensores. Mas não nos fez esquecer a versão de 1933.

ONDE VER

KING KONG (1933)
HBOMax: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)

KING KONG (1976)
Old Flix: grátis para assinantes

KING KONG (2005)
Prime Video, Telecine, Globoplay e NOW: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 29,90 (compra)

Os atores Janet Gaynor e Fredric March em 'Nasce Uma Estrela"(1937)
Os atores Janet Gaynor e Fredric March em 'Nasce Uma Estrela"(1937) - Divulgação

Estrelas em quatro versões

‘Nasce Uma Estrela’ foi apresentada a várias gerações de espectadores de cinema, em quatro remakes que atualizaram a trama ao longo dos anos. A primeira versão é de 1937, e traz como personagem principal uma jovem atriz que sonha com o estrelato em Hollywood ao mesmo tempo em que se envolve com um ator alcoólatra. A seguinte, de 1954, uma das mais conhecidas, teve Judy Garland no papel principal, como a cantora e atriz Vicky. Nos anos 1970, a história se voltou para o mundo da música, com Barbra Streisand na pele de uma cantora promissora. Por fim, o remake mais recente, de 2018, com Lady Gaga, foi outro sucesso mundial e ganhou um Oscar de canção.

ONDE VER

NASCE UMA ESTRELA (1937)
Telecine: grátis para assinantes

NASCE UMA ESTRELA (1954)
HBOMax: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Looke: R$ 7,99 (aluguel)

NASCE UMA ESTRELA (1976)
HBOMax: grátis para assinantes
Google Play e Apple TV: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Looke: R$ 7,99 (aluguel)

NASCE UMA ESTRELA (2018)
HBOMax: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Google Play: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Microsoft Store: R$ 5,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Looke: R$ 7,99 (aluguel)

Cena do filme Sete Homens e Um Destino
Cena do faroeste clássico "Sete Homens e Um Destino" (1960) - Divulgação

Um faroeste com origem samurai

O faroeste clássico ‘Sete Homens e Um Destino’ (1960) também é um remake. O diretor John Sturges refilmou ‘Os Sete Samurais’ (1964), de Akira Kurosawa, longa do qual era fã. Ele transpôs a ação para o velho oeste e escalou Yul Brynner e Steve McQueen para encabeçar o elenco e liderar o grupo de sete homens contratados para proteger uma vila mexicana de bandidos. Em 2016, a obra ganhou uma nova versão pelas mãos do diretor Antoine Fuqua, com elenco com atores negros, entre eles Denzel Washington no papel que foi de Brynner.

ONDE VER

SETE HOMENS E UM DESTINO (1960)
Telecine: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 27,90 (compra)

SETE HOMENS E UM DESTINO (2016)
Telecine: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 37,90 (compra)
Microsoft Store: R$ 24,90 (compra)

O ator Boris Karloff em "A Múmia" (1932)
O ator Boris Karloff em "A Múmia" (1932) - Divulgação

Terror que passa por gerações

A localização da tumba do faraó Tutankamon, em 1922, foi a inspiração do roteiro deste clássico estrelado dez anos depois por Boris Karloff. Na trama, a múmia de um príncipe egípcio é encontrada por um grupo de arqueólogos. Ele acaba voltando à vida e começa a perseguir uma mulher que acredita ser a reencarnação de uma antiga amada. O filme foi revisitado diversas vezes, com adaptações da história. Entre os remakes estão um de 1952, com Christopher Lee, e o de 1999, com Brendan Fraser, que teve várias continuações.

ONDE VER

A MÚMIA (1932)
Looke: grátis para assinantes
NetMovies: grátis

A MÚMIA (1999)
Telecine, Netflix, Star+: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 14,90 (compra)
Google Play: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)

O ator Paul Muni em cena de "Scarface, a Vergonha de Uma Nação" (1932)
O ator Paul Muni em cena de "Scarface, a Vergonha de Uma Nação" (1932) - Divulgação

Criminosos em dois tempos

​Como muitos filmes, ‘Scarface’ (1932) foi baseado em um livro, no caso o romance homônimo de Armitage Trail, lançado dois anos antes. O longa se concentra no mafioso Tony, o Scarface. Ambicioso, ele toma as áreas dos concorrentes, mas a busca por poder e dinheiro põe seus planos em risco. Em 1983, o diretor Brian De Palma atualizou a história, transportando-a para a Flórida e fazendo de Tony um imigrante cubano, vivido por Al Pacino. Se o cenário é outro, a trama é semelhante ao filme original, incluindo o romance proibido da irmã de Tony com um de seus capangas.

ONDE VER

SCARFACE (1932)
Belas Artes À La Carte e Looke: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 29,90 (compra)
Google Play: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)

SCARFACE (1983)
Netflix, Starz e Star+: grátis para assinantes
Apple TV: R$ 14,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)

Hanuska Bertoia
Hanuska Bertoia

49 anos, é formada e pós-graduada em jornalismo. Gosta de ver filmes em qualquer plataforma (TV, celular, tablet), mas não dispensa uma sala de cinema tradicional.

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