Estudo. Angústia. Tensão.
Os estudantes brasileiros se preparam.
Chega a hora do Enem.
Iânsson tinha um sonho.
—Algum dia eu vou ser médico.
Faltava muito ainda.
—Sei que eu só tenho 11 anos…
Mas é sempre bom ir se preparando.
As notícias da Covid perturbavam o garoto.
—Minha avó morreu disso.
É grande o poder das novas gerações.
—Preciso estudar mais.
Na escola, a professora Drúsia notava a falta de rendimento.
—De uns tempos para cá, ele ficou apático…
Iânsson se esforçava.
—Mas eu não consigo prestar atenção.
Drúsia explicava coisas da história de Roma.
—Acorda, Iânsson.
O menino dormia profundamente.
—Levanta da cadeira, ô vagabundo.
Era o presidente Bolsonaro.
Vestido de imperador romano.
—Sai logo daí, rapá.
Iânsson não entendia.
—A troco de quê pensar no Enem?
—Mas, presid… imperador…
—Isso só ensina comunismo.
—Eu queria ser médico… a Covid…
—Bobagem. Toma cloroquina.
Iânsson pegou o copo.
Era água com açúcar.
Preparada pela professora Drúsia.
—É fome… ele não para em pé.
Deu no jornal.
Crianças desmaiam em sala de aula.
Falta pão.
Mas o circo continua.
Voltaire de Souza
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