O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), entrou em campo para dar uma assistência ao jogador Neymar Júnior numa disputa sobre impostos.
Bolsonaro recebeu no Planalto o pai e empresário do jogador, Neymar da Silva Santos, e agendou para ele uma audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
A reunião aconteceu na quarta-feira (17), e dela também participou o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra. Dá para adivinhar o assunto da conversa: uma bolada de R$ 69 milhões que o leão cobra do craque por uma suposta sonegação de impostos na sua venda do Santos para o Barcelona.
Pouco importa se Neymar pai tem razão ou não nos argumentos que apresentou à Receita. Certamente ele já teve a chance de cuidar do caso pelas vias normais, como qualquer brasileiro. E não poderia ter passado disso. Agora, parece estar querendo ganhar o jogo no tapetão.
O presidente, o ministro e o secretário da Receita se prestaram a um espetáculo digno da segunda divisão ao oferecer atendimento especial a um devedor. A administração pública precisa ser impessoal, ou seja, tratar todos da mesma maneira.
Não é primeira vez em que estrelas do futebol tentam usar seu prestígio para conseguir uma mãozinha com os impostos. Todos ainda se lembram do voo da muamba de 1994, quando os tetracampeões chegaram ao Brasil com 14 toneladas de carga sem recolher taxas.
Brasileiros comuns suam a camisa para regularizar suas pendências com a Receita. Um jogador famoso e milionário, porém, consegue discutir seus problemas nos tapetes do Planalto e da Esplanada. É um verdadeiro gol contra o bem público.
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