Praça sem graça

Cuidar da zeladoria de São Paulo parece mesmo uma pedra no sapato dos prefeitos da cidade. Com o atual, Bruno Covas (PSDB), não é diferente.

O Vigilante Agora visitou dez praças públicas nas cinco regiões da capital. Na maioria delas, quem procura algum tipo de recreação ficará decepcionado.

A pior situação encontrada foi na zona leste. A praça Celso Gabriel Tafuri, no Cangaíba, tem quadra poliesportiva, mas não há pintura nem rede nos gols. Por outro lado, sobram lixo nos canteiros e um matagal já invadiu o playground. 

Na Penha, a praça Padre Rosseti está ainda pior. Além de sujeira e mato alto, o parquinho tem estruturas enferrujadas e uma gambiarra nos balanços: em vez de correntes de ferro, o brinquedo fica amarrado a cabos elétricos.

O risco às crianças não se limita aos playgrounds abandonados. Na praça Princesa Isabel (região central), a reportagem flagrou os pequenos brincando ao lado de usuários de drogas e moradores de rua. O mesmo acontece na praça Roosevelt, perto dali.

A prefeitura promete vistoriar os locais citados na reportagem e reparar os brinquedos. As subprefeituras também disseram que há obras programadas.

É sintomático que, das praças visitadas, as que estão em melhores condições fiquem justamente em áreas mais nobres, como Lapa e Campo Belo. 

Claro que todas elas deveriam estar bem cuidadas. Mas é justamente na periferia que a administração pública precisa ter mais cuidado. Afinal, para muita gente, as praças públicas são uma das poucas opções gratuitas de lazer. 

Às vésperas das férias escolares, as crianças e famílias paulistanas mereciam muito mais atenção e respeito.

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