“Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”: o nome da popular série de filmes de terror ilustra bem o que vem à cabeça de muitos paulistanos quando começa a estação mais quente do ano.

Os sustos, neste caso, aparecem a cada trovão antes de uma nova tempestade. É na temporada de chuvas que podemos avaliar o que as autoridades fizeram —e principalmente o que não foi feito— para enfrentar as temidas enchentes, um filme com tons de catástrofe que infelizmente se repete todos os anos na capital paulista.

Na verdade, o planejamento correto deve ocorrer com regularidade, já bem antes do verão. Isso inclui limpeza permanente de galerias e bocas de lobo, remoção de moradores de áreas de risco, contenção de morros e encostas e retirada de sujeira dos piscinões, os reservatórios que acumulam a água e impedem ou restringem a inundação das ruas.

Como faz todos os anos, o Vigilante Agora foi conferir a situação dos piscinões da cidade. Visitou 8 dos 27: alguns estão com terra, mato, lixo e entulho, o que impede funcionamento adequado.

Nos piscinões Aricanduva 2 e 3, na região da zona leste acostumada às cheias, a sujeira, de fato, chamava a atenção.

Nas palavras do secretário municipal de Governo, Mauro Ricardo Costa, a gestão Bruno Covas (PSDB) investiu “como nunca” nas ações preventivas. E mais quatro reservatórios deverão ser entregues até dezembro, diz a prefeitura.

Na quinta-feira (14), durante rápido temporal, uma passarela sobre a marginal Tietê desabou e feriu duas pessoas. É um sinal do que ainda pode vir por aí. Se levarmos em conta o saldo de verões passados, São Paulo está longe de um final feliz nessa história. Como sempre.