Até que enfim

Pela primeira vez neste ano, há boas notícias na economia brasileira. Nem de longe é a salvação da lavoura, mas já serve como um alívio.

O índice de atividade do Banco Central --que é calculado com dados da indústria, dos serviços, do comércio e da agricultura-- mostrou alta de 0,91% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores.

Foi o primeiro crescimento trimestral de 2019, e com uma taxa acima das expectativas. Com o resultado, boa parte dos especialistas está revendo para cima as expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que mede toda a renda do país.

A maioria acredita que o PIB terá elevação de 2% em 2020, depois de três anos marcando passo perto de 1%. Não é nenhuma maravilha, repita-se: nem mesmo basta para recuperar o nível de renda de antes da recessão de 2014-16.

De todo modo, o avanço é importante num cenário em que o governo está sem grana para fazer obras que dariam mais impulso para a economia.

Esse impulso precisa vir do consumo das famílias e dos investimentos das empresas. No primeiro caso, a melhora já se faz sentir no desempenho do comércio e dos serviços.

Há a ajuda da liberação de dinheiro do FGTS e da queda dos juros do Banco Central, embora as taxas do crediário ainda estejam salgadas.

O crédito imobiliário, pelo menos, já mostra boa expansão, o que ajuda a construção civil --um setor que gera muitos empregos e foi devastado pela recessão e pelos efeitos da Lava Jato.

O Brasil, pelo visto, terá de caminhar devagar. Por isso, não pode se dar ao luxo de dar mais passos para trás.

Bancas de legumes e verduras no sacolão Municipal Bela Vista, na região central de São Paulo - Rivaldo Gomes - 10.set.19/Folhapress

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