Os reflexos da onda conservadora que levou Jair Bolsonaro à Presidência da República ainda impactam a maior cidade do país a apenas oito meses das eleições municipais de outubro.
A indefinição é grande nos dois partidos —PT e PSDB-- que se revezaram na Prefeitura de São Paulo nos últimos anos. O mesmo acontece entre os grupos que se identificam com as forças vitoriosas da campanha presidencial de 2018.
O prefeito Bruno Covas (PSDB) é candidato à reeleição e já costura alianças com outras siglas, mas seu futuro político está amarrado ao tratamento do câncer descoberto no ano passado.
Principal liderança tucana no estado, o governador João Doria trabalha para emplacar alguém do seu time na chapa —ou lançar um candidato mais alinhado com os seus interesses caso a doença impeça Covas de participar.
Já o PT tem sete candidatos inscritos para as prévias de março, mas nenhum deles parece claramente promissor.
No último dia 18, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad, que não se inscreveu nas prévias e resiste em concorrer novamente ao cargo, que perdeu para o PSDB em 2016.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro afirma que deverá manter distância da disputa por causa das chances remotas de registrar a tempo o seu novo partido, nomes como o do apresentador de TV José Luiz Datena já se movimentam de olho nos votos bolsonaristas.
É fato que os partidos tradicionais ainda estão perplexos com a ascensão meteórica de Bolsonaro. Por outro lado, o presidente também deve encontrar dificuldades se quiser usar sua força eleitoral para expandir o seu projeto político.
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