Indefinição paulistana

Os reflexos da onda conservadora que levou Jair Bolsonaro à Presidência da República ainda impactam a maior cidade do país a apenas oito meses das eleições municipais de outubro.

A indefinição é grande nos dois partidos —PT e PSDB-- que se revezaram na Prefeitura de São Paulo nos últimos anos. O mesmo acontece entre os grupos que se identificam com as forças vitoriosas da campanha presidencial de 2018.

Movimentação para votação na última eleição para prefeito na escola Cidade de Hiroshima, no Parque do Carmo, na zona leste - Rivaldo Gomes - 2.out.16/Folhapress

O prefeito Bruno Covas (PSDB) é candidato à reeleição e já costura alianças com outras siglas, mas seu futuro político está amarrado ao tratamento do câncer descoberto no ano passado.

Principal liderança tucana no estado, o governador João Doria trabalha para emplacar alguém do seu time na chapa —ou lançar um candidato mais alinhado com os seus interesses caso a doença impeça Covas de participar.

Já o PT tem sete candidatos inscritos para as prévias de março, mas nenhum deles parece claramente promissor.

No último dia 18, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad, que não se inscreveu nas prévias e resiste em concorrer novamente ao cargo, que perdeu para o PSDB em 2016.

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro afirma que deverá manter distância da disputa por causa das chances remotas de registrar a tempo o seu novo partido, nomes como o do apresentador de TV José Luiz Datena já se movimentam de olho nos votos bolsonaristas.

É fato que os partidos tradicionais ainda estão perplexos com a ascensão meteórica de Bolsonaro. Por outro lado, o presidente também deve encontrar dificuldades se quiser usar sua força eleitoral para expandir o seu projeto político.

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