Red Bull e Bragantino comemoram a fusão que pode injetar R$ 45 milhões no clube recém-formado e, se a grana realmente entrar, abrir as portas para a elite do futebol brasileiro.
Para o time da empresa de bebidas energéticas, a parceria é ótima. Em 11 anos, o Touro nunca chegou perto da Série A do Brasileiro, como era o objetivo da matriz austríaca. Sem história, torcida ou estádio, o que resta é um bom centro de treinamento e a presença na primeira divisão estadual.
Já o Bragantino tem muito a perder. Quase centenário, o Massa Bruta faturou um título paulista, na “final caipira” de 1990, chegou à decisão do Brasileirão, no ano seguinte, além de conquistar uma Série B (1989) e uma Série C (2007) nacionais em seus 91 anos, tornando-se uma das equipes mais vitoriosas do interior de São Paulo.
Na terra da linguiça, fizeram história nomes como Marcelo, Tiba, Biro-Biro, Mauro Silva, Mazinho, Pintado, Luis Müller, Moradei, Romarinho, além dos técnicos Carlos Alberto Parreira, Wanderley Luxemburgo e Marcelo Veiga, entre outros. A camisa “carijó” passou a ser reconhecida em qualquer canto do mundo. É questão de tempo o escudo e o uniforme alvinegros serem invadidos pelos touros vermelhos.
Bastariam alguns fracassos para que o gestor perdesse o interesse no clube e deixasse terra arrasada. Exemplos assim não faltam: Grêmio Osasco, Audax, Roma Apucarana, Extremadura-ESP, Yokohama Flugels-JAP...
Afinal, a Red Bull é uma empresa e, acima de tudo, o que vale é a grana e a exposição da marca. A saída da família Chedid do Leão pode ter o mesmo impacto negativo que vivenciaram Mogi Mirim (Barros), União Bandeirante (Meneghel), CENE-MS e Atlético Sorocaba (ambos após a morte do reverendo Moon).
Não é novidade que os clubes precisam se modernizar e encontrar meios de sobreviver. Mas não a qualquer custo.
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