Desde que a nadadora Maria Lenk, aos 17 anos, se tornou a primeira mulher brasileira a disputar uma edição dos Jogos Olímpicos, em Los Angeles-1932, as atletas do país iniciaram um processo de evolução contínua e passaram a conquistar o espaço merecido no cenário esportivo nacional e internacional.
Sempre lutando pelo reconhecimento e pelos seus direitos, que nunca foram iguais aos dos homens, elas sofreram durante décadas até chegarem ao ápice nos Jogos de Atlanta-1996 com as três primeiras medalhas: ouro para a dupla Jacqueline e Sandra, que bateu Adriana e Mônica na final do vôlei de praia, e o bronze para a seleção feminina de vôlei.
Nas edições seguintes, novos pódios e o aumento do número de mulheres na delegação nacional chegando ao recorde de 209 na Rio-2016. No ano que vem, não serão tantas brasileiras em Tóquio, já que o Time Brasil deve ter entre 250 e 260 atletas no total.
Em comparação à época de Maria Lenk, as mulheres hoje em dia encontram muito mais facilidades e estrutura para mostrarem do que são capazes. No entanto, ainda estão muito longe do que seria o ideal.
Um bom exemplo é o que está acontecendo com a seleção feminina de futebol na Copa do Mundo da França. Pela primeira vez, duas emissoras de TV abertas estão transmitindo os jogos, empresas estão liberando seus funcionários para assistirem aos duelos, a mídia está cobrindo e patrocinadores estão investindo na modalidade.
Apesar disso, sabemos que a onda passará e o futebol feminino voltará a ficar em segundo plano, assim como acontece nas demais modalidades olímpicas.
Enquanto o país não tiver uma política esportiva que dê condições para o desenvolvimento de todas as modalidades, como acontece nos Estados Unidos, na Alemanha e na Austrália, por exemplo, os esportes continuarão tentando sobreviver nas cristas das ondas.
O problema é quando a onda diminui e o mar se acalma, caindo novamente no esquecimento...
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