O México, que vai em busca nesta terça-feira da oitava final de Copa Ouro, contra o Haiti, passou apuros na última partida pela fase de grupos e sofreu para derrotar, por 3 a 2, um adversário que não é filiado à Fifa nem é reconhecido como um país, no caso, a ilha de Martinica, que fica no Caribe e pertence à França.
Ao contrário das confederações de África, Europa e América do Sul, a Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe) permite que territórios que não são independentes participem da Copa Ouro. Para chegar ao torneio, a seleção da Martinica superou problemas dentro e fora de campo.
Nas eliminatórias, o país eliminou Porto Rico, Ilhas Virgens e Antígua e Barbuda, que são membros da Fifa.
Com a vaga garantida, o desafio seguinte foi conseguir dinheiro para cobrir os custos para participar dos jogos nos Estados Unidos. Por meio de uma campanha com a ajuda da população, a federação local arrecadou US$ 23 mil (cerca de R$ 90 mil na cotação atual) para bancar as despesas.
Apesar de o país não aprovar a emancipação do governo francês, no referendo realizado em 2010, o nacionalismo tomou conta da seleção. A cor vermelha foi retirada da camisa dos martinicanos e o uniforme utilizado foi todo azul. Só que 7 dos 23 jogadores que foram convocados nasceram na França.
Além disso, os torcedores se orgulham de que dois campeões do mundo com a camisa da França são descendentes de martinicanos. O pai do zagueiro Raphael Varane, do Real Madrid, campeão na Copa da Rússia no ano passado, e a mãe do ex-atacante Thierry Henry, vencedor do Mundial em solo francês, em 1998, nasceram no país.
Os atletas nascidos em Martinica que mais estão se destacando são o zagueiro Jean-Sylvain Babin, do Sporting Gijón, e o lateral esquerdo Samuel Camille, do Tenerife, times da segunda divisão da Espanha. Na campanha, além da derrota para os mexicanos, Martinica perdeu 4 a 0 do Canadá e venceu Cuba por 3 a 0.
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