Descrição de chapéu Opinião

Caneladas do Vitão: Treinador merece os mesmos direitos de todos trabalhadores

São Paulo

Vá com Deus, vá com Deus... Alô, povão, agora é fé! A decisão de Rogério Ceni de trocar o Fortaleza pelo Cruzeiro, mesmo tendo contrato em vigência e gozando de estabilidade, é um direito dele. Se tem multa prevista e ela for integralmente paga, não há absolutamente nada a se questionar. Nada! Exatamente igual a quando um clube manda um técnico embora...

Rogério Ceni distribui coletes para os jogadores no seu primeiro treino como técnico do Cruzeiro, na Toca da Raposa
Rogério Ceni distribui coletes para os jogadores no seu primeiro treino como técnico do Cruzeiro, na Toca da Raposa - Bruno Haddad/Cruzeiro/Divulgação

Esse é o ponto. Em um país em que pessoas vão à rua gritar pelo direito de não se aposentarem e uma parcela adestrada de trabalhadores defende o fim dos direitos trabalhistas, a lógica é sempre derrotada, mas técnico é alguém que pode ser demitido como qualquer outro trabalhador.

Não se questiona um gerente demitido que não atinge a meta da sua empresa, um vendedor que fracassa, operário que é substituído por outro que custa menos, mas a rapaziada pós-moderna ovula de raiva e sobe nas tamancas quando um treinador é demitido ou, nem isso, quando se cogita a demissão. Há até quem defenda uma lei que proíba demissão ou substituição, uma aberração inconstitucional. Ora, Rogério tem todo o direito de largar o Fortaleza por uma proposta que lhe pareceu mais interessante (eu tenho minhas dúvidas se acertou, mas a decisão é dele, como não pergunto a nenhum jogador em qual jornal devo trabalhar), como o São Paulo tinha todo o direito de lhe dar o bilhete azul pagando o que estava previsto, como foi feito.

Não se trata de se colocar do lado do clube contra o jogador. Se eu tenho lado é sempre o do trabalhador. Sempre. Mas sem diferença entre técnico, jornalista, professor, pedreiro, médico...

Os clubes têm obrigação, sim, de cumprirem o assinado. Que é pagar o salário (direitos de imagem para burlar a Receita e pagar menos impostos inclusos) e, se for o caso, 100% do acordado na rescisão contratual. O mesmo vale para o técnico!

Pau que dá em Chico dá em Francisco!

Eduardo Galeano: "A liberdade do dinheiro exige trabalhadores presos no cárcere do medo".

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!

Assuntos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.