Considerado uma data festiva, para relembrar as glórias, os craques e o legado, o centésimo aniversário ainda é motivo de desespero na maioria dos clubes, a exemplo do que ocorreu com Flamengo, Corinthians, Grêmio, Coritiba etc.
O empate com o Taubaté no último sábado (24) e a decepcionante queda na primeira fase da Copa Paulista deixou a Portuguesa mais um ano fora de um torneio nacional, em 2020, quando completará seus cem anos. Agora, o máximo que a torcida rubro-verde pode pleitear é o retorno à elite do Campeonato Paulista, embora a realidade do tradicional clube paulistano esteja mais próxima da Série A-3 —o poço da Lusa parece não ter fundo.
Este, aliás, foi o rumo que tomou o Nacional (SP), rebaixado à Terceirona neste ano, um mês após completar cem primaveras.
Já o Batatais encerrou 2019 antes mesmo de cantar parabéns, em 18 de setembro. Uma denúncia de manipulação de resultados na última Série A-3 do Estadual, envolvendo quatro jogadores, fez com que o time perdesse jogos da Copa Paulista por WO e fechasse a temporada centenária de forma melancólica.
Nada muito diferente do que ocorreu ao Blumenau, defenestrado da Série B de Santa Catarina, em julho, três dias após soprar as velinhas dos cem anos.
A maldição do centenário não é exclusividade dos brasileiros. Uma ruptura entre cartolas e investidores dividiu o Belenenses, de Portugal, em dois clubes. O tradicional levou a pior e atravessa o centenário na quinta divisão portuguesa.
Na Inglaterra, um nobre gesto de fair play do técnico Marcelo Bielsa —que ordenou que seu time deixasse o Aston Villa empatar um jogo na penúltima rodada— custou o acesso direto à elite do Inglês ao Leeds United, que foi eliminado nos playoffs e completa, além dos cem anos, 15 temporadas longe da Premier League.
Com tantos problemas e fracassos acumulados nos últimos anos, tudo o que a Lusa não precisava era do fantasma do centenário para assombrá-la em 2020.
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