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Caneladas do Vitão: Dependência é morte

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São Paulo

"O sábado é uma ilusão". Mais ou menos como uma independência terceirizada proclamada pelo colonizador-imperador. Rei posto, imposto. Joia para a coroa. "O brasileiro é um feriado." Pouco importa o motivo. Menos ainda quando a folga não cai em dia "útil".

Claudio de Oliveira

Nelson Rodrigues é sinônimo de premonição. "Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos." Tem até cretino pleno que acredita em Terra plana. Não se trata de simples ignorância. É mais complexo, completo. "A burrice é diferente da ignorância. A ignorância é o desconhecimento dos fatos e das possibilidades. A burrice é uma força da natureza."

A lusitana roda, o mundo, como a bola, gira. Inteligência está em perceber que o ideal é inatingível. Paolla Oliveira, nádegas a retocar que mereciam ímpares redondilhas, é a exceção que confirma a regra. "Perfeição é coisa de menininha tocadora de piano." Dito isso, é preciso escolher melhor os exemplos. "Qualquer um de nós já amou errado, já odiou errado."

A pátria em chuteiras ainda não engoliu a queda do Brasil do cai-cai Neymar na última Copa. "Toda autocrítica tem a imodéstia de um necrológio redigido pelo próprio defunto." Não dá para considerar um mea-culpa patrocinado.

É óbvio que, em campo, o dissimilado Neymar simula, mas faz falta. Até porque falta substituto à altura. "Falta ao virtuoso a feérica, a irisada, a multicolorida variedade do vigarista."

Mas há ainda quem aplauda o circo mimado e subserviente. "A plateia só é respeitosa quando não está a entender nada." Mas já deu até para o mais ingênuo perceber o quão egoísta, infantil e antiprofissional é o comportamento de Neymar. "A vaia é o aplauso dos descontentes."

Neymar é pai, vive a metade final da carreira e ainda é um menino. "O adulto não existe. O homem é um menino perene."

No feriado da Independência, nada mais emblemático que "a pátria em chuteiras" esteja passando atestado de subserviência ao capital e a Neymar em Miami, território presidido por Trump. É, Nelson Rodrigues, discordo: Deus NÃO está nas coincidências.

Nelson Rodrigues: "A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem."

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