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Caneladas do Vitão: Amor de mãe tem limite

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São Paulo

Mãe é mãe. Santidade personificada por ser demasiada humana. Humana no melhor sentido, no sentido de quem sente. Sentimento, acalanto, acalento, pranto. Calor, manto.

Mãe está sempre disposta a perdoar. E ensinar o caminho mesmo quando é parcial ou completamente incerto o destino. E quando não sabemos ao certo o que é mais ou menos certo. Mesmo longe, proteção sentida sempre tão de perto.

Claudio Oliveira

Mãe é a certeza de que tanto nosso erro quanto nosso acerto, por mais escondido, muquiado e maquiado, jamais passa batido. No exato momento em que ele, acerto ou erro, é cometido, ou nem isso, quando é só imaginado, cogitado ou planejado, por ela, mãe, é sentido, lamentado, vivido, aprovado. Censura automática travestida ora de bravura, ora de doçura; aprovação instantânea, atemporalidade com ilusórias vestes momentâneas.

Mãe não conhece separação com o filho no final da linha. Amor fiel tatuado de incondicionalidade, por vezes, incompreendida durante o caminho, reconhecida e admirada no destino. Amor eterno que se encontra no infinito mesmo quando o bicho pega no meio do caminho. A travessia variável, mais ou menos instável, retarda ou adianta a chegada, não a imutabilidade do ponto final.

Mãe é ombro mesmo quando escondida sob a forma de castigo. Eis o veredicto. A verdade tem, sempre, muitos lados, diferentes ângulos, bem e mal-entendidos, preâmbulos. E o cavalo, ao contrário do que diz o ditado, não passa selado uma única vez. Sempre é tempo de levantar e prosseguir. 

Mãe que é mãe sabe que ser mãe é uma dádiva muito difícil quando se é mãe de um único filho. Imagine ser mãe padroeira do Brasil e de seus 200 milhões de filhos. Além, ai, Jesus, dos agregados.

Mãe é a fé de que já renascemos amados com a missão de amar e continuar. A fé na Mãe está na romaria. Montaria. A pé. Está também no dia a dia, em quem não acredita em imagem. Fé. Ou quem tem fé que não acredita. E respeita a crença alheia. 


Oração, prece ou reza é vocábulo. Signo. O que vale é o sentimento expresso. Independentemente da língua.

Minha mãe é são-paulina. Eu tenho fé em quase tudo. Menos que amanhã, no Majestoso do Morumbi, ela torça para a felicidade dos três filhos e quatro netos corinthianos.

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