Em dezembro de 2012, o goleiro Fernando Prass fez o que poucos jogadores profissionais teriam a coragem de fazer. Trocou o Vasco, quinto colocado no Brasileiro, pelo rebaixado Palmeiras. Claro que se tratam de duas camisas pesadas do futebol brasileiro. Contudo, à época, Prass não abria mão apenas da Série A, mas apostava num Palmeiras repleto de incertezas.
Às vésperas das eleições, o clube vivia enorme turbulência política. Uma foto do então presidente, Arnaldo Tirone, numa praia carioca, logo após a queda para a Série B, aumentou a revolta da torcida. Era com esse cenário que Prass assinava com o time do Parque Antarctica.
Um então desconhecido Paulo Nobre ganhou as eleições palestrinas em janeiro de 2013. Mal sabia o presidente que o goleiro seria um dos artífices da retomada da equipe alviverde. Prass abraçou o time. A torcida abraçou o arqueiro. Graças aos seus milagres embaixo das traves, o Verdão garantiu o retorno à Série A.
O ano de 2014 foi de transição. A equipe escapou de um novo rebaixamento na última rodada. Mas, em 2015, apoiado pelas rendas do novo estádio e da patrocinadora Crefisa, o Verdão mudou de patamar. Fernando Prass encarnou esta mudança. Foi o símbolo da conquista da Copa do Brasil. Não só defendeu pênalti na finalíssima, contra o Santos, como marcou a penalidade que garantiu o caneco.
Daí em diante, o caso de amor entre Prass e torcida apenas cresceu. Tanto nos títulos que se seguiram como nas costumeiras crises palestrinas, o arqueiro foi o ponto de catarse entre elenco, clube e torcida.
Sem dúvida nenhuma, Prass é o maior ídolo do clube desde a aposentadoria de São Marcos.
O melancólico evento de despedida do goleiro, na tarde desta terça (10), mostra a pequeneza da atual diretoria. A maneira como trataram a renovação e o encerramento da carreira do goleiro no clube não foi condizente com o tamanho dele na história no Palmeiras.
Prass deixa o Verdão com uma certeza: a torcida nunca o deixará.
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