Mucio Nunes, pai de Tiago Nunes, conhece bem o Corinthians. Hoje com 72 anos, ele se lembra de, garotinho, ouvir pelo rádio a transmissão do jogo que deu ao time alvinegro o título do quarto centenário de São Paulo.
O corinthiano do Rio Grande do Sul vibrou com as defesas de Gylmar e com o gigante cabeceio do Pequeno Polegar. O gol de Luizinho, naquele 6 de fevereiro de 1955, é parte de um dos dias mais importantes em 110 anos, sem dúvida.
Mucio sabe disso, mas não conseguiu transmitir a paixão ao filho. Tiago, de 39 anos, que hoje ocupa o posto que já foi do também gaúcho Oswaldo Brandão, não parece ter a menor ideia do que isso representa.
E nem precisamos recuar tanto na linha do tempo. Afinal, recuar não é com o ofensivo Tiago.
Não é simplesmente que Tiago não conheça bem a trajetória de Oreco, lateral esquerdo que deixou a mesma Santa Maria em que nasceu o atual treinador alvinegro para disputar mais de 400 partidas em preto e branco, entre 1957 e 1965.
Tiago também não parece ter acompanhado a última década do time amado por seu pai. Mais do que isso, também não acompanhou com mínima atenção o 2019 do Corinthians, campeão paulista com uma atuação monstruosa de seu cabeça de área.
Tivesse acompanhado —ou feito a lição de casa depois de ter sido contratado—, saberia que Ralf não é Jadson. E mesmo Jadson, sem condição de ter papel importante em clube grande a esta altura, não merecia o tratamento nojento que lhe foi reservado.
Ralf não é Jadson, que não é Renê Júnior. E, veja, Ralf foi incluído na mesma lista de dispensas na qual estava Renê Júnior.
Ainda que já não estivesse jogando nada, Ralf não deveria passar pela humilhação bizarra do tipo anos 90, quando era comum pendurar essas listas na parede.
Estamos falando do maior —e melhor— volante da história do Corinthians. Mas o clube do Parque São Jorge tem hoje um técnico terrivelmente ofensivo.
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