Por causa da epidemia do coronavírus, os dirigentes que comandam o futebol italiano resolveram adiar algumas partidas da elite, nas regiões cuja a população está sendo mais afetada pela doença. Dos confrontos, o mais esperado era o encontro, em Turim, entre a Juventus, do astro Cristiano Ronaldo, e a Inter de Milão, do atacante Romelu Lukaku, que, junto com a Lazio, são os únicos times candidatos ao título do torneio.

Vou me ater, neste nobre espaço, à Juventus, campeã das últimas oito edições do Campeonato Italiano. A escolha pelo time de Turim é uma reflexão sobre o espanto que causou a última apresentação da equipe, que terminou com a derrota para o Lyon, na França, por 1 a 0, no primeiro confronto válido pelas oitavas de final da Liga dos Campeões.

Nessa partida, Cristiano Ronaldo atuou com a experiência de mil jogos oficiais como atleta profissional, cinco títulos do maior torneio europeu e a mesma quantidade de vezes eleito o melhor jogador do mundo. É óbvio que ele sozinho não vai decidir todas as vezes uma partida, mas o camisa 7 e os seus companheiros deixaram uma imagem preocupante para o torcedor.

Para se ter uma ideia do quão ruim foi a apresentação da Juve, a equipe não acertou um mísero chute na meta defendida pelo goleiro português Anthony Lopes. Isso só havia acontecido em outras duas ocasiões em partidas pela Liga: contra o Atlético de Madrid (2014), na última rodada pela fase de grupos, e diante do Arsenal-ING (2006), quando perdeu por 2 a 0, em Londres, no primeiro jogo das quartas de final. Na sequência, La Vecchia Signora acabaria eliminada em casa, no empate sem gols.

Convenhamos, um elenco que tem o talento de Cristiano Ronaldo, tido por muitos como um dos melhores jogadores de todos os tempos, não pode disputar um duelo de mata-mata e não acertar o alvo uma única vez. Por sorte há o encontro da volta, o qual a preocupação é se os torcedores poderão ir ao Juventus Stadium, no próximo dia 17, sem o temor de contrair o coronavírus.