Vem novamente à disputa, meu povo, à luta... Alô, povão, agora é fé! Enquanto caminhamos para um mês com um militar “interino-efetivo” no ministério da Ressurreição e da Cloroquina (a antiga pasta da Saúde) e o Brasil bate recordes de mortes, a cartolagem coça o bolso e se assanha para a volta do futebol: é o armagedon!
O ex-atleta e hoje comentarista Grafite, parceiro de luta antifascista pela democracia, rabiscou geral e pediu mais atenção à saúde de todos os envolvidos no futebol.
“Ainda que os atletas cumpram o procolo [sanitário] do clube, e os funcionários mais humildes que pegam lotação para ir ao clube? Vão usar o mesmo protocolo?”, questionou Grafite, lembrando que o futebol é coletivo.
“O atleta é o protagonista, mas, para a bola rolar, existe o treino, a alimentação, a parte fisiológica, o descanso, toda uma equipe de profissionais envolvida. Tem o torcedor no estádio, a organização, quem trabalha na limpeza da concentração”, disse.
Mas, se o atleta é o protagonista, ele tem que bater na mesa e dizer que não joga! “Não só na pandemia, Vitão, os atletas têm que ser mais escutados no calendário, no número de jogos. É impossível manter o nível técnico, físico e mental e evitar contusões com essa carga de jogos, com as distâncias continentais do Brasil.”
Como atacante que também marcava, Grafite mordeu e assoprou a boleirada do país.
“Lá atrás, com o Bom Senso, não rolou porque a cartolagem privilegiou o negócio, mas os atletas têm que voltar a ter voz mais ativa! Ex-atletas estão preparados e têm de assumir cargos nas federações. Foi-se o tempo em que jogador de futebol era tudo burro, que não sabia falar. Hoje a maioria já tem uma segunda renda além do futebol”, completou.
Em tese, estou com Grafite. Mas lembro que Platini, Marin e Nuzman são todos ex-atletas picaretas (e o francês foi um cracaço). E, com exceção do Zé da Medalha, que o são-paulino quer esquecer que foi ponta direita do seu time, falam muito bem...
Eduardo Galeano: “Na luta do bem contra o mal, é sempre o povo que morre”.
Sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!
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