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Caneladas do Vitão: 'Otoridades' não sabem o que é um Corinthians x Palmeiras...

Não pode torcida? Não! E não pode mesmo! Então, não joga!

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São Paulo

E o paciente não saiu pra se tratar pois sabia que o doutor também não tava lá, e o doutor não saiu pra medicar pois sabia que não tinha mais doença pra curar... Alô, povão, agora é fé! Vem aí, nesta quarta (22), o clássico da morte. Sem estádio dividido, sem 95% de torcida do time mandante, sem torcida nenhuma.

"Não importa o que diga essa imprensa de gambá", não teremos, como tivemos na semifinal do Campeonato Paulista de 2015, festa alviverde em um dos cantos da arquibancada Sul de Itaquera.

Torcida corinthiana empurra o Alvinegro no clássico com o Palmeiras, em Itaquera, na primeira partida da final do Paulistão de 2018
Torcida corinthiana empurra o Alvinegro no clássico com o Palmeiras, em Itaquera, na primeira partida da final do Paulistão de 2018 - Robson Ventura - 31.mar.18/Folhapress

"Um Palmeiras x Corinthians com torcida única já é triste demais; agora, sem as duas, então... Os jogadores vão ter que dar um clima total no jogo, né? E não sei se, hoje em dia, a gente tem atletas com esse sangue todo para poder dar um clima legal no Dérbi", declarou Paulo Serdan, presidente de honra da Mancha (Alvi)Verde, que aproveitou para dar aquela cornetada prévia.

"Só a situação do Corinthians na tabela já seria motivo suficiente para o Palmeiras jogar muito, mas, hoje em dia, não tenho certeza, não, que a gente vai ter um grande jogo", comentou.

Não teremos, também, "lá-lá-iá-lá-lá-iá,lá-lá-iá, lá-lá-iá-lá-lá-iá,lá-lá-iá, o Palmeiras não tem Mundial" na alvinegra ZL.

"O futebol está respirando por aparelhos há muito tempo. O maior patrimônio dos clubes são os seus torcedores, mas os clubes estão mais interessados nos patrocinadores do que na torcida na arquibancada", analisou Rodrigo Gonzalez Tapai, o Digão, presidente da torcida Gaviões da Fiel, que lembrou que o problema é anterior ao coronavírus.

"Aqui em São Paulo, o MP e as demais entidades acham que a solução é torcida única. Isso é uma burrice! Por causa da pandemia, até temos que entender que o maior clássico do país aconteça sem torcida, mas é esse cenário de frieza e silêncio que veremos no futuro, um estádio sem festa, sem torcida, só com telespectadores e consumidores."

Eu sou mais radical que o Digão: não pode torcida? Não! E não pode mesmo! Então, não joga! Torcida única, lembremos, era temporária! Vai que a moda sem torcida pega!

Faço minhas as palavras de Chico Malfitani, fundador da Gaviões e militante antifascista.

"Era melhor esperar. Vamos ver se um dia volta a alegria nos estádios. As autoridades acham que tudo se resolve com repressão, eu acho exatamente o contrário. É com alegria, com festa, tambor, papel picado e bateria que você afasta a violência do estádio", diz ele.

"O futebol moderno está tão triste dentro de campo quanto na arquibancada. E uma coisa tem tudo a ver com a outra."

Miguel de Cervantes: "Elimine a causa e o efeito cessa".

Sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!

Vitor Guedes
Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

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