Descrição de chapéu Opinião

Caneladas do Vitão: Carol é a face da democracia contra a censura e a ditadura

STJD do vôlei usa de dois pesos e duas medidas nos julgamentos

São Paulo

Carolina, maravilha de mulher... Alô, povão, agora é fé! A atleta de vôlei de praia Carol Solberg, que exerceu sua legítima cidadania ao gritar "fora, Bolsonaro", será hoje absurdamente julgada pelo circense e armagedônico STJD. Por si só, o julgamento, ainda que a inocente, é uma tentativa de intimidar e censurar a filha de Isabel, antifascista de quatro costados.

Se o STJD não goza de crédito do público que não muge, a autoritária posição teve o canalha e covarde apoio de ex-atletas, que, de olho na eleição do COB e nas verbas estatais, preferem lamber o poder à decência de lutarem pela democracia.

Filhas da ex-jogadora Isabel, Carol Solberg (à dir.) e a irmã Maria Clara já jogaram juntas no vôlei de praia
Filhas da ex-jogadora Isabel, Carol Solberg (à dir.) e a irmã Maria Clara já jogaram juntas no vôlei de praia - Acervo pessoal

O posicionamento baba-ovista é ainda pior do que o de isentões da falsa simetria que, à Caio Ribeiro e à Tiago Leifert, ou à Pilatos, têm o papinho de que política e esporte não se misturam! Para essa gente, esportista é cidadão de segunda classe e não tem o mesmo direito de qualquer outro.

O STJD faz ainda pior porque, além de patético, usa de dois pesos e duas medidas! O tribunal jamais julgou jogador de futebol que faz arminha com a mão (gesto abjeto adotado pelo vendedor de cloroquina travestido de presidente desde a campanha) nem os atletas de vôlei Wallace e Maurício Souza por fazerem com a mão o "17" que representou Bolsonaro nas urnas! E agora resolveu intimidar (na menos pior das hipóteses) Carol porque ela está do lado oposto do governo que quer passar a boiada e tacar fogo no Pantanal.

Carol é só uma (exemplar) cidadã. O antirracista Lewis Hamilton é perseguido pelas otoridades do automobilismo pela mesma rapaziada que não via problema correr na África do Sul durante o Apartheid...

Num mundo em que STJD, FIA, COB e Fifa fazem tudo para não mudar nada e uma boa parte se cala ou adere para lucrar, prefiro jogar no time da Carol. Olhar para a cara do meu filho e mostrar o nosso lado é uma vitória que essa gente nunca terá.

*

Simone de Beauvoir: "Não se pode escrever nada com indiferença". Força, Carol!

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É tudo nosso! É nóis na banca! E no agora.com.br!

*

Global Athlete
Na contramão da censura travestida de justiça esportiva que acontece no Brasil com apoio inclusive de ex-atletas carreiristas, o COI está sendo pressionado pela Global Athlete (entidade mundial de atletas) a revogar a regra 50 da carta olímpica, que viola a declaração universal dos direitos humanos ao proibir protestos em Olimpíada.

LeBron
Em 1987, aos 10 anos, assisti à final da NBA e virei Los Angeles Lakers de Magic Johnson porque o adversário (Celtics) era verde. Vieram depois títulos com Shaq, Kobe Bryant, mas voltei a torcer mesmo pelos Lakers pelo engajamento do antitrumpista LeBron James na campanha #VidasNegrasImportam. Hoje faremos 3 a 1 no Miami!

Vitor Guedes
Vitor Guedes

43 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio

Assuntos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.