Não é uma escolha muito difícil. De um lado, a feminista Simone de Beavouir: "Ninguém nasce mulher: torna-se mulher". De outro, o bolsonarista Robinho: "Infelizmente, existe esse movimento feminista".

O lamentável ídolo de parcela da torcida santista, que desabafou após não entender a grita contra a sua contratação "só" pelo fato de ser um condenado (em duas instâncias) por estupro, não sabe nada, mas sabe o que está dizendo.

Não fossem essas feministas, ninguém iria questionar o também bolsonarista (ah, vá) Renato Gaúcho por declarar que "se bobear, uma mulher grávida faria gol no Grêmio", após levar cinco gols do Flamengo, talkey.

Um ano após a ode à estupidez, mais maduro, ciente de que tinha claque para seu discurso machista, Renato foi ainda mais abjeto. "Vou te contar uma historinha sobre posse de bola. Teve um cara que pegou uma mulher bonita e levou ela para jantar. Levou para jantar à luz de velas, conversou bastante. Saiu do restaurante, foi à boate e ficou até as 5 horas da manhã com ela. Gastou uma saliva monstruosa. Aí, na boate, chegou um amigo meu, conversou com ela 15 minutos e levou ela para o motel. Entendeu?"

Quem não entendeu nada foi o gado que muge em concordância ao presidente eleito após declarar, pública e abertamente, que a filha mulher era fruto de uma "fraquejada", gritar a uma parlamentar "não te estupro porque você não merece" e afirmar que usava o auxílio-moradia "para comer gente".

"Não tem que ter comparação, o futebol feminino ainda não é uma realidade no Brasil. O que o Neymar ganha por ano, todos os times de futebol juntos no Brasil não faturam por ano. Como que vai pagar para a Marta o mesmo salário?", afirmou o lunático vendedor de cloroquina anti-máscara e antivacina travestido de presidente".

Sobre Neymar, que fez arminha com as mãos, concordo com a Rainha Marta: "Uns serão lembrados como os melhores da história, já outros..."

Não há álcool em gel que desinfete a culpa de quem lavou as mãos à Pilatos e equiparou civilização e barbárie.

Viva a memória!



Megan Rapinoe: "Se realmente queremos mudanças, precisamos de todo mundo se posicionando contra o racismo, contra a homofobia, pela igualdade de pagamentos. Nós temos a oportunidade de usar o futebol para mudar o mundo. É isso que peço para todos".