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Caneladas do Vitão: Liga - Manequim futebol clube

Não há liga que resolva o futebol brasileiro enquanto existir cada clube por si, CBF contra todos e inexistir futebol brasileiro!

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São Paulo

Se liga. Cinta-liga dá uma liga. Preta. Ou branca. Vale muito a pena quando beeeeeeeeeem pequena. Triangulação perfeita tanto para o jogo apoiado no gramado bem aparado quanto para explorar os flancos até encontrar o espaço para a penetração do elemento surpresa.

Liga é fetiche. Bem construída, entrelaça desejos, veste/despe bem uma ideia, esquenta os bastidores e anima tanto quem entra em campo com bola e tudo quanto os fãs voyeurs.

Charge para a coluna do Vitor de Guedes
Claudio de Oliveira

Liga é tudo isso, mas, à vera, sozinha não é absolutamente nada. Não há molho sem macarrão. Liga não dá liga em manequim, é preciso um corpo real, com sentimento, ideia, respiração, pulsação, emoção a ser valorizada por ela ou não costura uma tabelinha fértil.

Não há liga que resolva o futebol brasileiro enquanto existir cada clube por si, CBF contra todos e inexistir futebol brasileiro!

Sem união verdadeira dos clubes que, antes de exibirem cada um o próprio umbiguinho, pensem em conjunto no futebol brasileiro, não há liga que reacenda o clima do respeitável público ou que resista ao primeiro erro de arbitragem contra qualquer um dos membros.

Liga, sim, para deixar palmeirense subindo nas paredes com tabelas que respeitem o intervalo mínimo de 72 horas e sem jogo de clubes em data Fifa.

Liga, sim, deixando o bando de loucos maluco com jogos marcados em horários decentes que permita ao trabalhador comparecer em Itaquera, fazer a sua parte e voltar de trem para casa a tempo de descansar e trabalhar no dia seguinte.

Liga, sim, para camisas de Flamengo, Corinthians, Vasco, Palmeiras, São Paulo, Fluminense, Santos e Botafogo dividirem vitrines do mundo todo com o uniforme da seleção brasileira.

Liga, para ignorar questão técnica, como a Copa União de 1987, que desrespeitou América, Guarani e muitos outros, para daqui 34 anos discutir quem é o dono da taça das bolinhas é trocar (parcialmente) as moscas.

Liga, se for clube fechado dos ricos, sem acesso do povo da pipoca, à natimorta Superliga europeia, é tipo nota de repúdio, manifesto da seleção bolsonarista da CBF ou declaração de voto (sem polígrafo) do Luciano Huck: não vale nada!

Que venha a Liga Brasileira para realçar os contornos continentais brasileiríssimos! E sem esconder os problemas embaixo dos panos.

William Shakespeare: “O curso do amor verdadeiro nunca fluiu suavemente”.

Vitor Guedes
Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

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