Chuva de prata que cai sem parar, quase me mata de tanto esperar, um beijo molhado de luz sela o nosso amor... Alô, povão, agora é fé! Pensei em usar a letra de "Baile de Favela" para abrir a coluna em homenagem à ginasta Rebeca Andrade, mas, por conhecer o humor conservador do meu editor, dei um passo atrás em duplo twist carpado e fui de Gal Costa.

Música à parte, o importante é que, no país em que idiotas vomitam preconceitos e ignorância até em relação à saúde mental da supercampeã Simone Biles, é muito legal ver uma negra brasileira talentosa fazendo barulho e história ao som do periférico e marginalizado funk.

Confesso que, no meu tocador de CDs (como não sou cringe, abri mão do walkman e da vitrola), prefiro samba e MPB a funk e sou mais Gal Costa a MC João, como, é inegável, respiro futebol e não ginástica, mas a medalha de prata de Rebeca emociona por representar o Brasil de todos, Brasil que precisamos voltar a ser para anteontem!

Sem misoginia, racismo nem homofobia, o Brasil de Rebeca, de Rayssa, de Mayra, de Marta, de Kelvin e de Italo é o Brasil que só vivemos no sonho olímpico e que quero para todo o ciclo futuro do meu filho.
Rebeca pode ganhar outras medalhas. É provável, segundo especialistas. Mesmo sem entender nada das notas e desconhecendo as complexidades da ginástica, torçamos por ela.

Apesar dos patéticos fiscais de torcida alheia, não há necessidade de ser especialista em nenhum esporte nem acompanhar qualquer modalidade fora do período olímpico para se permitir curtir os Jogos, torcer e se emocionar. Vale o mesmo em Copa do Mundo para quem não curte o dia a dia do futebol.

Um país plural que aceite e dê visibilidade para o sucesso negro, feminino e periférico é um país melhor para todos os gêneros, raças, orientações e bolsos!



Djamila Ribeiro: "Se eu luto contra o machismo, mas ignoro o racismo, eu estou alimentando a mesma estrutura".

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar! E zelar, claro, vem de ZL! É tudo nosso! É nóis na banca! No agora.com.br! E no youtube.com/blogdovitao!



Jornalismo gonzo

Como telespectador, ouvinte, internauta e leitor, gosto quando narradores, comentaristas e repórteres se comportam como seres humanos e, pois, se emocionem com derrotas doloridas e vitórias épicas. Mas me incomoda ver os holofotes divididos com os atletas: quadro de medalhas por narradores é o armagedon!

Futebol brasileiro

Fanático por futebol, vi Cuiabá 1 x 2 Timão, Santos 4 x 0 Juazeirense e São Paulo 2 x 0 Vasco, mas, durante o quadrienal período olímpico, com Tóquio-2020 rolando à noite, na madruga e na manhã, não custava o futebol doméstico ser programado para o período vespertino e não fazer concorrência antipática!