Chegamos ao fim das Olimpíadas de Tóquio com a delegação brasileira superando o recorde histórico de medalhas conquistadas, com 21, superando a Rio-2016. Num primeiro olhar, parece ser um grande feito, mas, considerando o potencial do país, é uma marca muito abaixo do que uma nação com mais de 200 milhões de habitantes poderia obter nos Jogos.
A falta de uma política esportiva faz com que as esperanças de medalha se concentrem nos atletas fora de série, como Rebeca Andrade e Isaquias Queiroz, ou nas modalidades já tradicionais, como judô, vela, natação e vôlei.
O problema é que para todos, sem exceção, o que transforma um atleta esforçado em campeão ou medalhista olímpico é a condição que ele tem para treinar no dia a dia. No ciclo olímpico até os Jogos Rio-2016, com o investimento feito pelo governo, a delegação pôde se dedicar e participar de competições no exterior contra os melhores do mundo.
Deu bom resultado com as 19 medalhas conquistadas em casa e as 21 da edição seguinte, em Tóquio. Mas as perspectivas para Paris, em 2024, se mantêm as mesmas da atual. Ou até piores, considerando o corte feito no orçamento do esporte pelo governo atual.
O ideal é que houvesse uma política esportiva atrelada à educação, como nos Estados Unidos, para que as promessas fossem garimpadas nas escolas públicas e privadas. Desta forma, não ficaríamos apenas esperando o surgimento de uma agulha no palheiro.
Ainda tenho a esperança de ver uma estrutura dessas no futuro.
Enquanto não somos uma potência, todo medalhista merece ser muito aplaudido pela superação de chegar ao ápice da carreira. Por isso, parabéns ao canoísta Isaquias Queiroz, ao boxeador Abner Conceição e à seleção masculina de futebol, que conquistou o bicampeonato olímpico.
A boxeadora Bia Ferreira e a seleção feminina de vôlei, que decidiriam o ouro na madrugada, também.
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