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Caneladas do Vitão - Mais ou menos: Historinha de anticontador para boi dormir

Não há limite moral nem travas éticas no ataque ao inimigo

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São Paulo

Futebol é uma guerra. E, na batalha de falsas narrativas, a lógica, a verdade e a decência são torturadas, espancadas, violadas e humilhadas sem comedimento, ética nem parcimônia.

Vale tudo. Como na política, não há limite moral nem travas éticas no ataque ao inimigo. Assim como canalhas corruptos que fazem rachadinhas e tomam o estado de assalto para atender caprichos particulares e familiares, a rapaziada que justifica todos os atos, inclusive os ilegais e indefensáveis, que partem do seu lado da trincheira, criminalizam até as estratégias corretas do inimigo.

charge com um cartola de futebol segurando um saco grande de dinheiro e uma bandeira do Brasil
Claudio Oliveira

Os mesmos que acusam um time de ganhar de graça um estádio são os que gritam que a dívida é impagável, como se fossem afirmações compatíveis. Ora, ou a arena foi dada e, pois, não há dívida, ou a construção é impagável.

Se um clube gasta o que não tem com Jonathan Cafu, Ramiro, Camacho, Mateus Vital e Léo Natel, jogadores que, tecnicamente, não acrescentam nada, sem causar chilique nem indignação nos rivais travestidos de contadores, não faz sentido a grita histérica quando esse mesmo clube, reduzindo a folha salarial, reforça o elenco com atletas tecnicamente muito superiores como Willian, Renato Augusto, Giuliano e (o supervalorizado) Roger Guedes. Não faz sentido, claro, partindo da falsa premissa que são críticas verdadeiramente preocupadas com a questão financeira e a futura sobrevivência do clube...

Na ciência inexata do futebol, mais gasto nem sempre é menos dinheiro no cofre. Até porque resultados esportivos, construídos por bons jogadores, geram premiações milionárias.

Certamente, para quem está preocupado com as finanças de um clube, seja o seu próprio ou um rival, o menor problema é o investimento em jogador que faz a diferença. Comprometedor é gastar dinheiro com quem não gera receitas nem títulos.

Imoral, absurdo e aviltante é ficar devendo para garotos da base, funcionários, atrasar salários e não recolher FGTS de empregados. Merece todas as críticas e sanções legais. Questionar jogadores que fazem mais por menos é só conta feita com o cotovelo dolorido.

Karl Marx: "Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, etc., mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça".

Vitor Guedes
Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

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