Três em cada dez idosos entre 65 e 84 anos no país estão com o nome sujo, aponta pesquisa do SPC Brasil e da câmara dos lojistas feita em abril. Segundo o estudo, a maior parte das dívidas (52%) está ligada a bancos, cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos. Em seguida aparecem débitos com comércio (17%), comunicações (12%) e contas de água e luz (10%).
Ao todo, o país registrou mais de 62 milhões de inadimplentes em abril, 2% a mais do que no mesmo mês do ano passado. O estudo mostra ainda que o endividamento vem crescendo menos, mas ainda é preocupante. Do total de dívidas, todas cresceram menos, com exceção das contas de água e luz.
Para José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, os idosos acabam se endividando por emprestar o nome para outros usarem em compras e créditos. “Muitas vezes o dinheiro do idoso é a principal fonte de renda e crédito das famílias. Isso é perigoso e a população idosa precisa repensar se pode mesmo ajudar outras pessoas. Como são mais velhos e não podem trabalhar em outras formas de renda, acabam ficando tempo demais sem conseguir sair dessa situação. Sei que é difícil, mas eles precisam ter disciplina para regularem novamente as contas”, diz Vignoli.
Marcela Gaiatto Martins, da empresa Recovery, indica que, para sair da inadimplência, os idosos devem fazer controle de seus gastos fixos mensais. Além disso, ela diz que é preciso guardar dinheiro para pagar dívidas em atraso à vista.
Caso os valores em aberto sejam relacionados a contas de luz, telefone e água, por exemplo, é preciso ficar atento aos seus direitos. Por lei, os cortes dos serviços podem ser feitos um dia após o vencimento da fatura, ou seja, com apenas um dia de atraso.
No entanto, as concessionárias têm prazo legal para avisar o consumidor sobre o corte. Caso o prazo não seja cumprido, é possível ir à Justiça.
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