Descrição de chapéu Previdência INSS

Aumente sua renda antes e depois da aposentadoria

Conhecimento de regras garante o melhor benefício ou a revisão certa

São Paulo

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Aumentar o valor da aposentadoria do INSS é algo possível para quem ainda está na ativa e, até mesmo, para quem já começou a receber o benefício.

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O sucesso na busca pela maior renda na aposentadoria, dentro dos limites da média salarial de cada trabalhador, pode depender do conhecimento do segurado sobre as regras de concessão e de revisão de benefícios.

Para quem ainda está na ativa, o mais importante é conhecer qual a melhor aposentadoria, orienta o consultor em direito previdenciário Átila Abella, cofundador do site Previdenciarista.

“Às vezes, o trabalhador já pode se aposentar, mas se esperar um pouco, ele conseguirá um benefício integral”, argumenta Abella.

Além de entender as regras de concessão de cada benefício —como as aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e especial—, é necessário compreender os três principais componentes do cálculo das aposentadorias: a média salarial, o fator previdenciário e a fórmula 86/96.

Mas se o trabalhador já está aposentado, a revisão do cálculo inicial do benefício quase sempre é a única possibilidade para elevar o valor da renda paga pelo INSS.

“As revisões mais comuns são aquelas que tratam de fatos ocorridos na análise do pedido de aposentadoria, como o descarte indevido de um período de contribuição ou a averiguação errada de valores recolhidos”, diz.

A revisão, porém, depende da comprovação da falha.

Uma forma de fazer isso é verificar se as contribuições utilizadas no cálculo do INSS batem com as anotações na carteira profissional ou nos recibos de pagamento.

Voltar ao mercado de trabalho tem sido a opção para aposentados que precisam complementar a renda.

Esse público deve ficar atento para não perder tempo e dinheiro com tentativas de incluir contribuições previdenciárias feitas após a aposentadoria no cálculo de um novo benefício.

“Essa ação, a desaposentação, tornou-se inviável por decisão do Supremo Tribunal Federal”, explica Abella.

A aposentadoria é mais tranquila para quem conseguiu guardar dinheiro ao longo da vida e, mesmo após ter pendurado as chuteiras, consegue guardar parte dos seus rendimentos.

Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, o trabalhador deve fazer investimentos que lhe garantam a possibilidade de viver com metade da renda. “Caso deseje obter dessa aposentadoria privada R$ 2.000 por mês, seus investimentos precisarão render, por mês, R$ 4.000”, aconselha o especialista.

Por serem seguros, os títulos do Tesouro Direto são recomendados. Se decidir investir em ações, é aconselhável destinar apenas 10% a essa modalidade, pois o risco é alto.

Confira mais dicas para aumentar a aposentadoria

Para quem ainda vai se aposentar

O valor da aposentadoria depende basicamente de três coisas:

  1. Valores recolhidos
  2. A idade
  3. O tempo de contribuição

Para quem já está perto de se aposentar, é inútil elevar os valores das contribuições para tentar um benefício maior Mas é possível atrasar o pedido ou comprovar recolhimentos desconsiderados pelo INSS na tentativa de elevar a renda

Entenda
O trabalhador que pretende conseguir o maior valor de aposentadoria possível precisa entender como funcionam: 

  • A média salarial
  • O fator previdenciário 
  • A soma 86/96


1) Média salarial 
A base da aposentadoria do INSS é a média dos salários de contribuição
Entram na média as 80% maiores contribuições feitas desde julho de 1994

Atenção
Não adianta aumentar as contribuições faltando pouco tempo para a aposentadoria
Somente longos períodos de contribuições altas podem aumentar a média salarial

2) Fator previdenciário
Nesta etapa, a média salarial é multiplicada pelo fator previdenciário
O resultado tanto pode aumentar quanto diminuir o valor do benefício
A redução ocorre na aposentadoria por tempo de contribuição

Na aposentadoria por idade, o fator só é utilizado para elevar a renda

O que é
O fator previdenciário é um número calculado a partir da:

  • idade do trabalhador
  • tempo de contribuição
  • expectativa de sobrevida (atualizada todos os anos pelo IBGE

Exemplo

  • Um homem tem 51 anos de idade e 35 anos de contribuição
  • Para esse perfil de segurado, o fator previdenciário é 0,592
  • A média salarial do candidato à aposentadoria é de R$ 3.000
  • O cálculo do benefício será:

R$ 3.000 (média salarial) X 0,592 (fator) =  R$ 1.776  (valor da aposentadoria) 

Descubra o seu fator
Se você tem entre 50 e 60 anos de idade, veja aqui o seu fator previdenciário


3) Regra 86/96
O trabalhador que se aposenta pela regra 86/96 recebe 100% da média salarial
Ou seja, o fator previdenciário não é aplicado para a redução da aposentadoria
Para isso, é preciso que a soma da idade ao tempo de contribuição resulte em:

  • 86 pontos, para mulheres
  • 96 pontos, para homens

Para se aposentar pela soma 86/96 também é preciso contribuir pelo mínimo de:

  • 30 anos, para mulheres
  • 35 anos, para homens


Só por contribuição 
A regra 86/96 só é aplicada na aposentadoria por tempo de contribuição


Para quem já se aposentou

Para quem já é aposentado, só há uma possibilidade de aumentar o benefício: conseguir uma revisão
A forma mais comum de revisar uma aposentadoria é incluir contribuições não contabilizadas pelo INSS

O que fazer
Para saber se uma contribuição foi contada pelo INSS é possível comparar a carteira profissional ou carnês de recolhimento com os registros oficiais

Extrato do Cnis

  • O Cnis é o Cadastro Nacional de Informações Sociais
  • Ele reúne as informações das contribuições do segurado
  • O extrato do Cnis pode ser obtido pelo site meu.inss.gov.br
  • O documento também pode ser impresso no posto do INSS
  • Se for ao posto, é preciso agendar horário pelo telefone 135

Carta de concessão

  • O documento é enviado ao segurado na aposentadoria
  • Mas também fica disponível no site meu.inss.gov.br
  • A carta mostra como o benefício foi calculado

Processo administrativo 

  • O documento mostra em detalhes a análise do benefício
  • O processo contém até mesmo as anotações do analista
  • Com isso, é possível saber o que entrou ou não no cálculo
  • O processo precisa ser solicitado pelo 135 e retirado no posto


O que fazer
Ao identificar o erro no cálculo da renda, é necessário pedir revisão
O pedido de revisão pode ser apresentado diretamente para o INSS
O atendimento é agendado pelo 135 ou pelo site meu.inss.gov.br
Ao comparecer ao posto, será preciso comprovar as contribuições

Prazo
O prazo para pedir essa revisão costuma ser limitado a dez anos

Leve provas
A comprovação de que houve erro no cálculo inicial da remuneração é condição essencial na revisão. Veja alguns exemplos: 

  •  Carteira profissional com anotações originais do empregador
  •  Ficha de registro do empregado da empresa, acompanhada de declaração do empregador
  •  Holerites (o ideal é que disponha de todos os meses) 
  •  Contrato de trabalho

Testemunhas
Nos casos em que há poucos documentos, apresente testemunhas

Trabalho e renda na aposentadoria

Muitos trabalhadores que se aposentam seguem trabalhando ou, após uma pausa, retornam ao mercado
Se essa for a alternativa necessária para aumentar a renda, é importante considerar algumas orientações:

1 - Garanta seus direitos
O aposentado tem direito ao trabalho com registro em carteira
Ele também tem direito a todos os benefícios garantidos por lei
Isso inclui férias, 13º salário e multa de 40% sobre o FGTS

Vantagem
Se ao se aposentar o trabalhador ficou no mesmo emprego, também há direito ao saque mensal do FGT
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2 - Aproveite a experiência dando consultoria
Aposentados são pessoas experientes e devem usar essa vantagem
Ao buscar trabalho, é interessante tentar opções que valorizam isso
Pessoas experientes levam vantagens em áreas como vendas e consultoria
Usar o conhecimento profissional para empreender também é uma opção 

3 - Tenha cuidado com investimentos
Se puder investir dinheiro, é melhor fazer aplicações conservadoras
Caderneta de poupança e Tesouro Direito são hoje opções seguras
Investimentos de risco, como ações, podem ser ruins no curto prazo
Levar prejuízo é pior para quem tem menos tempo para se recuperar

4 - Cuidado com empréstimos consignados
Aposentados e pensionistas são muito assediados para tomar empréstimos
No Brasil, não há nenhum tipo de empréstimo vantajoso, nem mesmo o consignado, que tem os menores juros do mercado

5 - Fuja do abuso econômico
Muitos aposentados tomam empréstimos para ajudar filhos e outros parentes
Isso é muito ruim, pois idosos têm muitos gastos, sobretudo com saúde
O idoso endividado tem menos tempo para se recuperar do prejuízo


Fontes: Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros) e INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) 

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