A reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL) obrigará parte dos segurados do INSS a permanecer 50 anos ou mais no mercado de trabalho, afirmou a advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário) e vice-presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB-SP, nesta sexta (10), em debate sobre as mudanças no INSS promovido para celebrar o aniversário de 20 anos do jornal Agora.
"São pessoas que não estão em nenhuma das regras de transição previstas na reforma e vão cair direto na idade mínima", disse a advogada.
Adriane participou do evento ao lado do especialista em cálculos previdenciários Newton Conde.
Os trabalhadores excluídos da transição da reforma estão na casa dos 45 anos de idade e começaram a trabalhar quando tinham por volta de 15 anos.
É o caso do bancário Rogério Sampaio, 45, que já acumula 30 anos de contribuição. Pela regra atual, ele está a cinco anos da aposentadoria.
Com a reforma, só irá se aposentará aos 65 anos de idade ou mais, já que o projeto prevê que a idade mínima seja ajustada quando a sobrevida da população aumentar. "Sinto que sou jovem e ainda posso trabalhar, mas também sinto que estou sendo mais prejudicado pela reforma", lamentou Sampaio.
A reforma da Previdência prevê o fim da aposentadoria por tempo de contribuição, criando idades mínimas de aposentadorias de 62 anos, para mulheres, e de 65 anos, para homens.
Para Conde, apesar do aumento da espera pelo benefício, a reforma garantirá a aposentadoria de quem ainda é jovem.
"Quem se aposentar aos 65 anos poderá receber o benefício por 30 anos", disse o especialista.
O debate marcou a estreia do novo projeto gráfico do Agora, uma atualização no visual que facilitará a experiência do leitor.
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