Caixa volta a ter filas do auxílio emergencial

Agência de Itaquera, na zona leste, tem espera de 4 horas por atendimento

São Paulo

Embora a sexta parcela do auxílio emergencial ainda não tenha sido liberada, a Caixa Econômica Federal voltou a ter longas filas para atendimento de quem busca receber o benefício. O pagamento da sexta parcela deve começar nesta quinta-feira (17) para os beneficiários do Bolsa Família.

Com isso, a tendências é que a fila se agrave ainda mais. Além disso, o banco público também é o responsável por pagar o FGTS emergencial que, assim como o auxílio, foi liberado na pandemia de coronavírus para tentar conter os graves efeitos econômicos.

Uma das agências que chama a atenção é a Caixa da rua Américo Salvador Novelli, em Itaquera (zona leste). Todos os dias, uma fila que dobra o quarteirão se forma bem cedo, conforme relatam trabalhadores dos arredores ouvidos pela reportagem do Agora.

Cidadãos se aglomeram entre à agência da Caixa em Itaquera (zona leste); busca por atendimento para ter o auxílio emergencial é alta na pandemia e deve crescer mais, pois sexta parcela começará a ser liberada nesta quinta (17) - Rivaldo Gomes/Folhapress

No local, o atendimento seria de cerca de 300 clientes por dia. A agência fica aberta das 8h às 13h, mas distribui senhas para garantir um número mínimo de atendimentos. A dica de quem foi à unidade é chegar bem cedo. O ideal é entre 6h e 6h30, já que, às 7h, a fila já começa a dobrar o quarteirão.

O informal Anderson Pereira, 38 anos, que trabalha como pedreiro, foi à agência nesta terça-feira (15). Ele chegou por volta das 11h30 e só saiu de lá por volta das 16h.
“Cheguei lá por volta das 11h30 e fiquei na fila. Quando deu meio-dia, o guarda saiu dando senha, já que eles atendem só até a uma”, contou.

Pereira foi ao local para tentar receber o auxílio emergencial. Nascido em janeiro, a grana já deveria estar disponível no Caixa Tem, mas ele tem tido dificuldades com o aplicativo, além disso, desde abril tentava ser aprovado para ter os valores, e conseguiu a aprovação só agora.

Sobre a espera e a aglomeração, já que não havia distanciamento mínimo, o trabalhador diz que não há muito o que fazer. “Não tem jeito, estou precisando e quando você está precisando não há o que fazer”, diz ele, que saiu do local sem a grana.

Dionísio Reis, dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de SP, Osasco e Região e coordenador da comissão executiva dos empregados da Caixa, diz que o sindicato está monitorando a situação das agências desde o início da pandemia. Ele afirma que há unidades ainda piores do que a de Itaquera.

“Não é uma questão específica dessa agência e não tem uma relação com ela. Temos forçado o banco a estabelecer e a melhorar seus protocolos de saúde e prevenção”, diz.

O sindicalista afirma haver acordo com a Procuradoria do Trabalho, que envolvem o trabalho remoto e o rodízio de trabalhadores nas unidades, além dos protocolos de segurança e saúde.

Para ele, de forma geral, há o cumprimento das medidas acordadas, mas o volume de público, na Caixa, é realmente muito grande. “É importante a gente lembrar que nenhum outro banco se dispôs a fazer o pagamento do auxílio emergencial.”

Caixa diz adotar diversas medidas

Em nota, a Caixa diz que “vem adotando diversas medidas para a segurança de todos os clientes, colaboradores e parceiros no contexto da pandemia de Covid-19”. Dentre as medidas estão o estabelecimento de um calendário escalonado para saque dos valores do auxílio e do FGTS emergencial, pensado para evitar aglomerações.

Além disso, segundo o banco, há acesso controlado da entrada e saída de clientes em agências, gerenciamento de filas, distribuição de senhas em cores para diferenciar a necessidade e agilizar o atendimento. "O fluxo de pessoas no interior das agências é limitado a, no máximo, 50% da capacidade dos assentos das unidades, para que seja possível manter a distância de no mínimo um metro entre as pessoas", diz a nota.

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