Celebrada e desejada em todo o país, a vacina contra a Covid-19 permitiu o reencontro dos integrantes do Demônios da Garoa. O grupo musical com quase 80 anos de história ficou seis meses sem poder tocar junto, com todos afastados por causa da pandemia.
Da última vez que os integrantes haviam se reunido, em novembro do ano passado, a vacina contra o coronavírus ainda era um sonho distante. Agora, com os sessentões do grupo imunizados, os sambistas puderam fazer um encontro rápido de trabalho, na segunda-feira (19), e celebraram com música.
O momento foi registrado em um vídeo, no qual Ricardinho, Sérgio Rosa, Everson e Dedé Paraizo, todos de máscara, tocam e cantam “Apaga o Fogo Mané”, canção clássica do repertório de Adoniran Barbosa.
O reencontro foi, também, um recomeço. A Covid-19 não apenas afastou os músicos durante todo esse tempo, como também levou um dos integrantes. Izael Caldeira morreu em fevereiro, aos 79 anos, vítima da doença que já matou mais de 450 mil pessoas no país.
“Realmente fazia muito tempo que a gente não se via. Nos reunimos para acertar uns detalhes vocais após a perda inestimável do nosso querido Izael”, afirma o compositor Dedé Paraizo.
“Ficamos órfãos. Ele era uma peça fundamental nos arranjos vocais que vai ser difícil repor. Tivemos que nos reinventar e nos readaptar”, completa o músico e compositor que, desde 2005, canta e toca violão de sete cordas na banda.
Os sambistas estão cheios de planos para celebrar, em 2023, os 80 anos do tradicional grupo paulistano conhecido pelo clássico “Trem das Onze”.
Mas, enquanto a pandemia não dá trégua, eles estão prestes a lançar “Tarde em Itapuã” nas plataformas digitais, música gravada em parceria com Toquinho antes da pandemia. O registro faz parte do projeto “De Adoniran a Vinicius”, que existe desde 2018, no qual os artistas cantam músicas de Adoniran Barbosa e de Vinicius de Moraes.
Paraizo conta que, com exceção do encontro neste mês e em novembro do ano passado, o grupo está parado desde o início da pandemia, quando estavam embalados em diversos projetos musicais.
“Estamos há mais de um ano sem tocar e sem fazer shows. Faz muita falta, é inexplicável esse sentimento. Mas só vamos ter segurança para voltar ao vivo quando estivermos todos vacinados. Até porque show virtual não tem a mesma graça, não é a mesma coisa que sentir o calor do público.”
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