A cantora gospel Tania Regina Levy, 41 anos, foi condenada a 21 anos de prisão, na noite desta quinta-feira (4), pela morte do marido, ocorrida em 2013 em São Pedro (192 km de São Paulo). A defesa entrou com recurso e ela ré aguardará o andamento do processo em liberdade.
Segundo decisão do juiz Luciano Francisco Bombardieri, da Comarca de São Pedro, Tania e um segundo suspeito, não identificado, “planejaram pormenorizadamente a execução dos fatos”‘.
A cantora foi condenada pelo assassinato do guarda-civil Eliel Silveira Levy, 37 anos, com quem era casada. A vítima foi encontrada, carbonizada, dentro do porta-malas de um carro de Tania, em 16 de setembro de 2013.
Segundo o Ministério Público, além de matar o companheiro, a cantora gospel tentou dificultar as investigações do caso. “A ré ainda limpou a cena do crime para induzir a erro o perito que realizaria perícia no local”, diz trecho de nota do órgão.
Após cerca de 14 horas de júri, composto por quatro mulheres e três homens, Tania foi condenada a 21 anos, sete meses e seis dias de prisão, em regime fechado, pelos crimes de homicídio qualificado, destruição de cadáver e fraude processual.
Defesa
O advogado José Oscar Silveira Júnior, que atuou no júri defendendo a cantora, afirmou ao Agora que sua cliente “é inocente”. “Ela foi bode expiatório [do homicídio]. A polícia [Civil] não investigou da forma que deveria detalhes que mostrariam a inocência dela”, afirmou.
Júnior acrescentou que já recorreu da decisão, pedindo a anulação do julgamento que condenou sua cliente.
O caso
Em 16 de setembro de 2013, o irmão de Levy registrou um boletim de desaparecimento dele e de Tania, na delegacia de São Pedro. Ele afirmou na ocasião, segundo boletim de ocorrência, que encontrou o carro de Tania, um VW Gol, queimado. Dentro do veículo, havia um corpo, além de objetos do guarda-civil e da cantora gospel.
Segundo a polícia, quase dois meses depois, em 13 de novembro, o corpo que estava no veículo foi reconhecido como sendo do companheiro da cantora. Na delegacia, a cantora argumentou que “não estava desaparecida, mas na casa dos pais”, quando o veículo dela foi queimado com o marido dentro.
Em fevereiro de 2014, Tania registrou um boletim de ocorrência contra o ex-cunhado, afirmando que ele a acusava de ter assassinado Eliel. Ela também afirmou que foi ameaçada.
Cinco meses depois, a cantora foi presa em Piracicaba (160 km de SP), acusada pela morte do marido.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.