A Polícia Federal apreendeu cerca de meia tonelada de cocaína, na madrugada deste sábado (13), no momento em que um helicóptero, que transportava a droga, havia pousado para reabastecer na zona rural de Presidente Prudente (558 km de SP).
O dono do helicóptero e uma mulher, que não tiveram as identidades informadas, foram presos. Outros dois suspeitos conseguiram fugir.
Segundo a PF, a organização criminosa que usava o helicóptero buscava a droga no Paraguai, de onde a transportava, há pelo menos um ano, para o estado de São Paulo.
“Os criminosos, pelo fato de a aeronave não ter autonomia de voo para chegar até a capital, paravam em Presidente Prudente para reabastecer e, em seguida, levavam a cocaína para São Paulo”, explicou Daniel Coraça Júnior, delegado-chefe da Polícia Federal de Presidente Prudente.
Ele acrescentou que o piloto da aeronave ganhava, em média, entre R$ 400 mil e R$ 500 mil por cada viagem feita. Por semana, o criminoso realizava entre um e três voos.
A carga transportava em cada viagem, sempre por volta de 500 quilos, é avaliada em US$ 2 milhões (cerca de R$ 8 milhões). Considerando que a aeronave fazia em média dois traslados semanais, segundo a polícia, eram transportados quase R$ 16 milhões de cocaína por semana. A PF acrescentou que “o grau de pureza” da droga apreendida é de aproximadamente 80%.
O delegado afirmou que as investigações começaram após moradores da região relatarem “voos atípicos” de um helicóptero, nas proximidades de um canavial. “Os suspeitos faziam as viagens à noite, usando equipamento de visão noturna, para dificultar sua localização”, disse.
Investigações
Durante cerca de um ano, a PF investigou os criminosos e, na madrugada deste sábado, flagraram o momento em que a aeronave era reabastecida. “O piloto do helicóptero, além do motorista da caminhonete [que levava o combustível] fugiram para dentro do canavial”, relatou. Até a conclusão desta reportagem, eles não haviam sido localizados.
Marcelo Ivo de Carvalho, delegado regional de investigação e combate ao crime organizado da PF, explicou que a combustível ficava na residência do casal, a cerca de 60 km de distância do local do flagrante.
Segundo a PF, a aeronave usada pelos bandidos, modelo EC-130 B4, é avaliada em cerca de R$ 4 milhões. “Além dela, os quatro suspeitos contam com um patrimônio avaliado, até o momento, em cerca de R$ 20 milhões”, afirmou Carvalho. Outro helicóptero, além de veículos de luxo e imóveis no litoral, compõem o patrimônio mencionado que, segundo a PF, já foram bloqueados pela Justiça.
Operação
Além da cocaína e o helicóptero, policiais federais também apreenderam uma pistola, dois carregadores da arma, a caminhonete que levava o combustível para a aeronave e dinheiro em espécie - o valor não foi informado.
O delegado Marcelo Ivo Carvalho disse que o grupo investigado realizava o traslado da droga para a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), além de “prestar serviços” para outras facções. “São como 'prestadores de serviço [do crime]'”, explicou.
Cerca de 20 agentes da PF participaram da operação, chamada de "Flying Low" (Voando baixo, em tradução livre). A ação teve apoio aéreo do Caop (Comando de Aviação Operacional da PF), além da Polícia Militar.
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