Uma quadrilha especializada em vender vagas em cursos de medicina foi presa, na sexta-feira (12), em Presidente Prudente (558 km de SP). O bando cobrava entre R$ 80 mil e R$ 120 mil por vaga, segundo a polícia.
Ao todo, 17 suspeitos foram levados em prisão temporária, seguindo mandados expedidos pela Justiça. A identidade dos presos não foi informada, nem a quantidade de vagas vendidas pelo bando.
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), as investigações começaram por conta de uma denúncia de fraude, detectada em abril de 2017, no vestibular para o curso de medicina da Fema (Fundação Educacional do Município de Assis, a 434 km de SP).
“A Vunesp [fundação que realiza o vestibular da Fema] relatou inconsistências nas identificações datiloscópicas, assinaturas nas folhas de respostas e nas imagens captadas dos candidatos aprovados”, diz trecho de nota da secretaria.
A polícia afirmou que, na ocasião, a direção da instituição relatou que “terceiras pessoas” teriam se passado por cinco candidatos, inscritos para o vestibular de medicina, e feito as provas no lugar deles. “Após o episódio, um inquérito foi instaurado para apurar os crimes de organização criminosa, estelionato e falsificação de documento público”, acrescentou a SSP.
Segundo a polícia, o bando criminoso se estruturava em três frentes: o núcleo de coordenação, o de captação de “clientes” e o dos intermediários que facilitam o esquema fraudulento dentro das universidades.
A operação contou com 350 policiais, além de membros do Ministério Público. Além das prisões, foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão, durante os quais foram apreendidos computadores, documentos, dinheiro, e veículos de luxo.
Resposta
A Fema afirmou, em nota, que cancelou as matrículas dos cinco alunos que pagaram à quadrilha para ingressar no curso de medicina da instituição.
A fundação acrescentou que, em 2017, verificou as inconsistências no reconhecimento biométrico dos cinco candidatos, no momento da matrícula e, por isso, acionou à polícia. Em seguida, “abriu [...] um processo administrativo interno para averiguação dos fatos”, diz trecho de nota.
A instituição reforça sua “transparência e ética” afirmando estar “à disposição da polícia para mais esclarecimentos”.
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