Irmãos são presos por maltratar e extorquir dinheiro de pais idosos no Paraná

Segundo a polícia, casal viveu 20 anos em um galpão em condições desumanas

São Paulo

Um homem de 41 anos e uma mulher de 46 anos foram presos no Paraná acusados de manter seus pais, de 83 e 81 anos, em um galpão por cerca de 20 anos e de extorquir as aposentadorias das vítimas. Além disso, de acordo com a polícia, os dois irmãos fizeram empréstimos em nome dos pais que totalizam R$ 11,5 mil. A situação foi flagrada pela polícia, no último dia 14, na zona rural de Santa Terezinha de Itaipu. A identidade do acusado não foi informada. 

Parte do galpão onde casal de idosos era mantido pelo filho de 41 anos, que foi preso em flagrante - Divulgação/Policia Civil Paraná

Segundo a Polícia Civil do Paraná, uma denúncia indicou a “situação desumana” em que as vítimas viviam, em uma chácara. ”O casal que há 20 anos, foi retirado da casa principal da chácara pelo filho e colocados a residir em um galpão, de chão batido, aos fundos da propriedade, estava residindo no meio de bichos, inclusive peçonhentos”, diz trecho de nota da polícia. 

Em um vídeo, feito com celular, a idosa afirma que o casal matou oito cobras venenosas no local. O galpão, ainda segundo a polícia, estava infestado de baratas, pulgas e ratos. “Além de tudo isso, o filho [preso] ainda se apropriava da aposentadoria do casal de idosos”, afirma a polícia. 

Os idosos afirmaram a investigadores que, apesar dos maus-tratos, gostavam das visitas que os filhos faziam no galpão. O casal tem, no total, dez filhos. "As investigações prosseguem com todos os filhos, afinal de contas todos visitavam os pais naquela situação e, mesmo assim, foram omissos com as necessidades básicas de saúde dos pais”, afirma nota da Polícia Civil.

A instituição acrescentou que a estrutura do galpão está em péssimas condições, podendo cair “a qualquer momento”, afirmando ainda que isso “seria fatal [para os idosos]”. 

A Assistência Social de Santa Terezinha de Itaipu levou as duas vítimas para uma casa no mesmo terreno do galpão, onde elas moravam antes. 

Testemunhas são ouvidas pela polícia para eventualmente contribuir para a responsabilização de mais suspeitos.

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