Um homem atirou contra dois policiais militares que atendiam a uma ocorrência de briga na garagem de um prédio residencial, na região da Vila Mariana (zona sul de SP), na tarde de segunda-feira (24).
A polícia foi chamada para intermediar uma briga supostamente motivada pela transação de um carro. O vendedor, que não residia no condomínio, teria acionado a PM por volta das 13h, na rua Estado de Israel.
Segundo informações da polícia, depois da abordagem, o suspeito subiu ao seu apartamento, no segundo andar do prédio, e abriu fogo. Um dos PMs foi socorrido ao Hospital São Paulo, em estado estável, e o outro foi ferido de raspão.
Vizinhos disseram que o atirador, um corretor de imóveis de 39 anos, estaria insatisfeito com a compra de um carro, feita na semana passada. O vendedor teria ido ao prédio pela manhã para negociar, quando os dois se desentenderam.
A aposentada Rafaela Ciasco, de 66 anos, mora no apartamento em frente ao do suspeito e estava em casa com os netos no momento dos disparos, por volta das 14h. "Pouco tempo depois os policiais bateram na porta de casa e fomos escoltados para fora, com escudos", disse.
Segundo a aposentada, o suspeito mora com os pais há pelo menos nove anos no Edifício Parque dos Jequitibás, Vila Clementino. Ela disse que nunca teve problemas com a família do acusado neste período.
Outros moradores, no entanto, disseram que havia histórico de desentendimentos dele no condomínio.
Logo após os disparos, a polícia isolou a rua e o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) fez uma varredura em todos os 36 apartamentos do edifício. A energia foi cortada e moradores dos outros andares foram orientados a permanecer dentro de casa.
Os pais do atirador estavam no piso térreo do edifício quando o homem realizou os disparos, e foram conduzidos até o Centro de Diabetes, ao lado do edifício, junto com outros moradores e pedestres, segundo a aposentada Rafaela Ciasco.
Depois de quase oito horas aguardando na rua, a instrumentadora cirúrgica Roseane Garcia conseguiu retornar ao seu apartamento, no terceiro andar, onde seu filho esperava sozinho, pouco depois das 20h. Ela disse que havia policiais em todos os andares e que se sentia segura para passar a noite em casa.
"Disseram que já revistaram todos os apartamentos e que não vão entrar mais", disse a moradora.
As buscas continuaram com apoio de cães policiais, mas foram encerradas por volta de 21h - a polícia disse que iria continuar procurando pela região, mas admitiu a possibilidade de fuga, inclusive logo depois dos disparos.
O tenente-coronel Márcio Necho da Silva, comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar da capital, afirmou que o pai do acusado disse que o filho é integrante de um clube de tiro e que ele tinha uma pistola calibre 380. E também que o corretor de imóveis seria uma pessoa de difícil relacionamento. Não foi encontrada nenhuma arma e a família passou boa parte da noite com um advogado no salão de festas do prédio.
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