Mortes no trânsito paulistano têm aumento de quase 20%

No mês passado, 86 pessoas morreram em acidentes, contra 72 no mesmo período de 2018

São Paulo

O número de mortes no trânsito da capital paulista cresceu quase 20% no mês passado, em comparação com outubro de 2018.

No ultimo mês, 86 pessoas morreram no trânsito paulistano contra 72 em outubro do mesmo período 
do ano anterior.

Motociclistas passam entre os carros na marginal Pinheiros; desde maio eles estão proibidos de circular pela pista expressa
Motociclistas passam entre os carros na marginal Pinheiros; desde maio eles estão proibidos de circular pela pista expressa - Rivaldo Gomes/Folhapress

O número também é superior a setembro e só perde para janeiro neste ano (veja comparativo ao lado). 
Os dados, divulgados nesta terça-feira (19) pelo governo estadual, mostram que as mortes voltaram a crescer na capital depois de queda no ano passado.

Nestes dez primeiros meses, 737 pessoas morreram no trânsito paulistano, contra 707 no ano passado, e 751 em 2017, quando o então prefeito João Doria (PSDB), atual governador, subiu os limites de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros.

As principais vítimas são pedestres, com 326 mortes em 2019 contra 317 de 2018. 

Na sequência aparecem as mortes em acidentes com motocicletas, seguido por automóveis e bicicletas.
Os dados mostram que a maior parte dos acidentes fatais ocorre nos fins de semana, principalmente nas madrugadas de sábados.

Do mesmo modo, a maioria destes acidentes é à noite, sendo que 28,7% são das 18h à meia noite e 23,4%, 
da meia-noite às 6h.

Em 2019, foram 337 acidentes fatais por atropelamento nas ruas e avenidas do município, contra 320 em 2018. Colisões e choques registraram 180 e 117 mortes neste ano, respectivamente.

Segundo o balanço, em 227 dos acidentes fatais havia outro automóvel envolvido e em 108, ônibus. Apenas sete deles tiveram o envolvimento de bicicletas.

Conscientização

Para Creso de Franco Peixoto, professor do curso de engenharia civil da FEI, é preciso conscientizar motoristas sobre a importância de não mexer no celular no trânsito e respeitar os limites de velocidade.

Sobre o número de mortes em acidentes ocorridos em vias municipais, o engenheiro defende a instalação de equipamentos para controle de velocidade. “É preciso entender que o radar não é para tirar dinheiro dos motoristas, e sim para salvar vidas”, afirma.

O especialista afirma que é preciso divulgar também o número de feridos nas estatísticas de acidentes de trânsito.

“Se formos analisar o número de acidentes e de feridos serão milhares de pessoas”, diz o engenheiro.
Peixoto lembra que a aqueles com maior risco de acabarem mortos no trânsito são os pedestres. 

Motociclistas

Enquanto o número de mortes em geral no trânsito da cidade de São Paulo aumentou, a quantidade de vítimas em acidentes de moto na marginal Pinheiros, sentido Castello Branco, diminui nos oito meses deste ano, se comparado com o mesmo período de 2018. 

Os dados são de um levantamento realizado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Se em 2018 foram 77 acidentes com motociclistas e 88 feridos, em 2019 foram 55 acidentes com condutores de motos e com 63 machucado — quedas de 28,5% e 28,4%, respectivamente.

Sobre o número de mortes, o levantamento da CET aponta que neste ano apenas uma pessoa morreu em acidente com motos na marginal Pinheiros contra sete vítimas no mesmo período do ano passado.

Desde o dia 20 de maio motociclistas estão proibidos de trafegar pela pista expressa da marginal.
A medida foi adotada para tentar reduzir os índices de mortes na via.

Resposta

A Prefeitura de São Paulo diz ter apresentado em abril um plano de segurança viária “que tem como objetivo transformar a capital em uma das cidades com tráfego mais seguro do mundo”.

Segundo a gestão Bruno Covas (PSDB), as medidas têm como base o Relatório Anual de Acidentes de Trânsito, elaborado desde 1979 pela CET [Companhia de Engenharia de Tráfego], para planejar ações.

Os dados usam informações de boletins de ocorrência. A nota afirma que pela primeira vez a CET cruzou informações com dados da Secretaria Municipal de Saúde. “Isso permite aprimorar as políticas públicas de segurança”, diz.

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