A irmã do adolescente Dennys Guilherme dos Santos Franco, 16 anos, deixou o IML reclamando que não pode ver o corpo do irmão, morto após ação da PM durante baile funk de Paraisópolis neste domingo (1).
"Ele está muito machucado na cabeça. Capturaram ele de qualquer jeito. Ele estava com a barriga coberta, não me deixaram ver. Eu pedi para tocar ele, não me deixaram tocar ele", disse Fernanda Santos.
Segundo ela, os ferimentos no corpo do jovem aparentam ser de agressão. "Tem só um galinho (na cabeça), a mão dele está intacta, do joelho para baixo também. Isso não foi pisoteamento."
Fernanda ainda diz que os amigos tentaram socorrer Denis, mas os policiais não permitiram. "Todo mundo sabe o que foi. Um menino negro, na favela, curtindo um baile. Ele caiu, um amigo foi socorrer e um policial falou 'pode deixar que a gente cuida dele'. Depois colocou ele [o amigo] para correr."
Dennys morava com a família na Vila Formosa (zona leste de SP).
Resposta
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública, da gestão João Doria (PSDB), diz que a Polícia Técnico-Científica afirma que os corpos periciados nos postos do IML "são fotografados e têm planilhadas suas impressões digitais para identificação no IIRGD". "Todos os sinais característicos e lesões são anotados e fotografados. Esse procedimento está previsto em artigos do Código de Processo Penal Brasileiro, Portarias da Delegacia Geral de Polícia, Procedimentos Operacionais padrão da Senasp e outras legislações", afirma.
A nota diz que em nenhum momento, após a necropsia, a família é impedida de tocar no corpo. "O que se restringe é a entrada de pessoas estranhas ao ambiente, em respeito às questões sanitárias exigidas pela legislação. A Corregedoria das polícias está à disposição para receber denúncias e reclamações em relação à atuação dos agentes públicos."
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