Os turistas que pretendem passar o verão em Praia Grande (71 km de SP) terão que se acostumar à ausência dos quiosques pelo segundo ano consecutivo. A falta dos bares entre o calçadão e a faixa de areia, porém, não é motivo de preocupação para todos que frequentam o local.
Em 2018, a Prefeitura da Praia Grande, sob a gestão de Alberto Mourão (PSDB), anunciou que os 82 imóveis que serviam como quiosque ao longo da área litorânea seriam demolidos ou transformados em espaços de utilidade pública. Após duas licitações que não avançaram como a administração municipal pretendia, outra foi lançada e ainda não teve os vencedores divulgados.
Sem os quiosques, a população que passeia pelo calçadão tem, hoje, a possibilidade de admirar o mar como não se via desde o processo de urbanização da Praia Grande. Do local onde estavam os imóveis, restaram apenas os coqueiros, que emolduram a vista da faixa de areia não tão clara.
O empresário Claudio Bonfim, 46 anos, aprovou a mudança e diz que os banheiros químicos colocados provisoriamente dão conta do recado. “Os quiosques estavam abandonados. Vejo a prefeitura passando quatro ou cinco vezes por dia limpando os banheiros e a organização está nota 10. Só faltou a ducha”, diz.
Já o pintor Gilberto Francisco, 60, diz que a praia ficou muito deserta sem os quiosques. “Era um ponto de referência. Já esses carrinhos na areia estão explorando. Cobram até R$ 100 de consumação para sentar na cadeira”, fala.
Mourão afirma que a expectativa é de que ao menos dez dos 20 quiosques colocados em licitação sejam concedidos e que as obras comecem em fevereiro de 2020. “A construção deve durar uns seis meses, não mais que isso”, afirma.
O prefeito reconhece que o calçadão, sem os quiosques, deu outra perspectiva à orla. “Tem momentos em que a gente até pensa em não fazer mais nenhum quiosque. Era um paredão de concreto em frente à praia”, diz.
“Mas identificamos bons pontos, com retorno financeiro. Optamos por reduzir a quantidade de concreto. Vai ter menos agressão visual, banheiros incorporados. O ideal é que tenha o máximo possível de visão de mar, aproveitando a natureza”, afirma.
O prefeito também diz que, caso reste algum quiosque sem interessado, o edital será republicado em janeiro, até que todos os pontos sejam concedidos à iniciativa privada.
Enquanto os quiosques não ficam prontos, a prefeitura vai manter o esquema com banheiros químicos para atender a população.
A prefeitura promoveu também uma padronização das barraquinhas na faixa de areia. As do Canto do Forte, por exemplo, têm as cores branca e laranja.
“Continuo com os mesmos clientes e tive investir bastante nas cadeiras e guarda-sóis, que são novos, de alumínio. Os de plástico ficaram na garagem em casa”, afirma a Maria Garcia, 59 anos. “Estourei o cartão de crédito”, diz a ambulante, que estima gastos em torno de R$ 10 mil.
Diversão
Sobre as atividades para quem descer para a cidade nestas férias, Mourão diz que está aperfeiçoando o que foi feito. “Queremos oferecer a possibilidade de a pessoa vir e usufruir do apartamento que comprou, com lazer.”
Arenas, por exemplo, foram montadas na praia para este verão, que tem sido embalado ao som das músicas que fazem sucesso na plataforma de vídeos na internet YouTube e servem para animar as aulas de dança na areia .
Uma das canções que levantaram o público na última quinta-feira (26) na praia do Canto do Forte foi “Combate”, de Aldair Playboy e MC WM. São cerca de 50 milhões de visualizações no YouTube, com uma letra que tem como refrão “Vai começar o combate/ (Se prepara, fia)/ Oi, soca, soca, toma, toma/ Bate, bate com vontade”.
Praias
Os turistas que forem para o litoral sul paulista neste feriadão de Ano-Novo vão encontrar a maioria das praias limpa, segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado). Levantamento mostrou que apenas oito das 62 praias analisadas estavam impróprias na semana passada, sendo três delas na cidade de São Vicente.
Na Praia Grande, apenas a praia Maracanã estava imprópria, segundo levantamento feito entre 24 de novembro e 22 de dezembro.
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