A Prefeitura de São Paulo anunciou a criação do Corujão do Câncer, programa para tentar acabar com a fila de pacientes que aguardam por consultas e tratamentos médicos para diversos tipos de câncer. O anúncio foi feito pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) e pelo secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, nesta terça-feira (21).
Serão duas fases do programa que, no total, devem atingir até 100 mil pessoas na cidade de São Paulo.
Na primeira etapa, serão disponibilizadas 390 vagas para atendimento a pacientes com câncer no estômago, colorretal, tireoide e próstata. Os pacientes na fila de espera serão chamados pela Secretaria Municipal da Saúde a partir desta quinta-feira (23). A gestão Covas não informou como serão as as convocações.
Os exames serão feitos no período vespertino em hospitais conveniados: Sírio-Libanês (30 vagas), AC Camargo (80), Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho (170) e Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho (110), que é gerido pelo Hospital Israelita Albert Einsten. O impacto para o município será de R$ 10,2 milhões.
No total, segundo a prefeitura, 482 pacientes aguardam na fila.
O IBCC (Instituto Brasileiro de Controle de Câncer) também fará parte do programa, após liberação de R$ 2 milhões via Ministério da Saúde. Não foi divulgada a quantidade de vagas neste hospital.
A secretaria afirma que o mutirão é uma “linha de cuidado” que vai durar de dois a cinco anos. “Não é só o exame que vamos fazer, é o exame, a quimio[terapia], a radio[terapia] e, quando for necessário, a cirurgia”, diz Aparecido.
Bruno Covas, diagnosticado com câncer no trato digestivo no fim do ano passado e que será internado nesta terça-feira (21) no Síro-Libanês para a sétima sessão de quimioterapia, disse ser “inaceitável que a prefeito possa pagar um plano de saúde e ter atendimento pleno com agilidade e o cidadão, não”.
A prefeitura também afirma que, nesta etapa, irá ampliar o acesso para realização do exame de colonoscopia para pacientes acima de 65 anos, a partir desta quinta-feira. Atualmente, segundo a Secretaria da Saúde, há mais de 5.000 pessoas com este perfil na fila de espera.
Ao todo, serão 2.300 vagas para realização do exame, que pode detectar cânceres em diferentes estágios sobretudo no intestino grosso. O atendimento será feito em equipamentos púlbicos: Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya e Hospital Municipal Campo Limpo, na zona sul, Hospital do Tatuapé, Hospital Municipal Dr. Ignácio Proença de Gouvêa, e Hospital Municipal Ermelino, na zona leste. O custo será de R$ 1,8 milhão.
Segunda fase começa em março
A segunda fase começa em 1º de março e vai priorizar pacientes com diagnóstico de câncer de pele, ginecológico, hematológico, neurológico, pneumológico, oftalmológico e pediátrico. Serão 279 vagas.
Nesta etapa, a prefeitura também ampliará o acesso acesso em 21 equipamentos de saúde, sendo 13 hospitais municipais e 8 AMA (Assistência Médica Ambulatorial) Especialidades com exames como ultrassonografia das mamas, densitometria óssea e endoscopia, com a expectativa de acabar com a fila de 100 mil pacientes.
O atendimento será de segunda-feira a sábado das 7h às 22h. A ideia é saltar dos 41.764 vagas de dezembro de 2019 para 70.953 já em janeiro. O incremento é de 29.189 novos exames ao custo adicional de R$ 3,5 milhões à municipalidade.
O custo total do programa é de R$ 15,5 milhões.
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